O presidente da Concelhia de Coimbra do PS afirmou ontem que o partido está “convencido” de que irá presidir à Assembleia Municipal, órgão no qual é a força com mais representantes, apesar de a coligação Juntos Somos Coimbra reclamar para si a presidência.
PS acredita que irá presidir à Assembleia Municipal de Coimbra
No total, o PS conta com 12 deputados eleitos e dez presidentes de junta, o Juntos Somos Coimbra 15 deputados e seis presidentes de junta, a CDU três deputados e dois presidentes de junta, o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) dois deputados e o Chega um.
“O maior grupo parlamentar é o PS e tem sido prática da Assembleia Municipal quem liderar ser o maior grupo e, nesse sentido, o PS apresentará uma proposta de candidatura para que seja o doutor Luís Marinho [número um do PS àquele órgão], com uma mesa de assembleia aberta às forças políticas que queiram integrar essa proposta”, disse à agência Lusa o presidente da Concelhia do PS e vice-presidente cessante da Câmara de Coimbra, Carlos Cidade.
O dirigente recusou a ideia de que possa acontecer o mesmo do que em 2009, quando o PS perdeu a Câmara de Coimbra, mas era a maior força na Assembleia Municipal e mesmo assim não liderou o órgão.
“Já se falou com a CDU e com os Cidadãos por Coimbra e Luís Marinho falou com José Manuel Silva. Estamos convencidos e confiantes de que Luís Marinho continuará a presidir à Assembleia Municipal”, frisou, salientando ainda que o PS está disponível para acompanhar as exigências já públicas da CDU e do CpC, que exigem um reforço dos poderes da Assembleia Municipal e mais recursos para os eleitos desempenharem o seu papel.
Já José Manuel Silva considera que tendo o Juntos Somos Coimbra conseguido mais deputados municipais eleitos deveria ser essa a força a presidir à Assembleia Municipal (AM).
“O PS perdeu as eleições. Já no caso dos presidentes da junta, por exemplo, no caso de São Martinho do Bispo, o candidato [socialista] Jorge Veloso ganhou as eleições por mérito próprio por maioria absoluta, mas a coligação ganhou [naquela junta] a votação para a Câmara. Houve uma clara distinção de voto”, contou à Lusa o presidente eleito da Câmara de Coimbra.
José Manuel Silva espera que “os 18 presidentes de junta respeitem a vontade do povo naquela que foi a eleição para a Assembleia Municipal” e seja possível eleger Lídia Pereira como presidente da AM.
A coligação Juntos Somos Coimbra também frisou que está “aberta” para reforçar o peso da Assembleia Municipal, notando que o PS “nunca esteve no passado”.
“O PS já demonstrou no passado não estar aberto a esse tipo de propostas. Portanto, seria até estranho que essas duas forças — Cidadãos por Coimbra e CDU — elegessem para presidente da mesa quem nunca esteve predisposto a debater”, frisou José Manuel Silva.
Num comunicado na quinta-feira, a CDU defendeu que quem deve presidir à Assembleia Municipal deve ser o “representante da força política que mais deputados municipais elegeu (incluindo, naturalmente, os presidentes de junta de freguesia)”.
O vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, salientou que em 2009 o PS “geriu muito mal o contacto com outras forças políticas”, salientando que o princípio de quem deve ser o presidente da AM defendido pelos comunistas já foi transmitido às restantes forças políticas.
Também o CpC realça, na nota de imprensa que dá conta do plenário do movimento no sábado, que a nova Assembleia terá uma maioria de esquerda, deixando uma pergunta: “Será [a Assembleia] capaz de agarrar a oportunidade para se revalorizar, abrir à iniciativa dos cidadãos e trilhar caminhos de futuro?”.
Em declarações à Lusa, o cabeça de lista do movimento à Câmara de Coimbra, Jorge Gouveia Monteiro, referiu que o CpC vê “com bons olhos tudo o que funcione como um contrapeso” e contribua para a valorização do seu órgão e da sua independência.