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Projeto prevê aumento de folhosas e redução de pinhal na Serra da Lousã

15 de fevereiro às 14h38
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A operação integrada de gestão da paisagem (OIGP) da Serra da Lousã, que abrange cerca de 900 hectares, prevê uma redução de 30% das florestas de pinheiro-bravo no território, enquanto propõe um aumento de folhosas.

A proposta de OIGP, que já conta com a sua versão final após fase discussão pública que terminou em janeiro, prevê uma redução de 30% das florestas de pinheiro-bravo na área abrangida da Serra da Lousã, na zona sul do concelho, segundo o documento que esteve em discussão pública consultado pela agência Lusa.

A OIGP é o lado operacional das áreas integradas de gestão da paisagem (AIGP), instrumento criado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que procura dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e da floresta, ao mesmo tempo que procura reduzir o risco de incêndio nos territórios.

De acordo com o vereador da Câmara da Lousã com a pasta das florestas, Ricardo Fernandes, houve apenas pequenos acertos decorrentes da discussão pública à proposta original de OIGP.

Segundo o documento, o pinheiro-bravo ocupa, de momento, 38% dos 900 hectares da área abrangida da Serra da Lousã, esperando-se que, com a operação, passe a ocupar apenas um quarto da AIGP.

Já as folhosas, que representam atualmente um quarto do território, passam a ocupar um terço da área abrangida, com destaque para um aumento de 116 hectares de áreas de folhosas diversas, não estando prevista uma grande variação nas florestas já existentes de castanheiros, segunda espécie mais presente na Serra da Lousã, depois do pinheiro-bravo.

A OIGP também prevê uma redução de 25% dos matos e uma ligeira redução de eucaliptais (cerca de 6%), que estão pouco representados nesta área da serra.

Ricardo Fernandes espera que o contrato entre a entidade gestora da AIGP da Serra da Lousã e o Estado possa avançar neste primeiro semestre.

Após essa assinatura, a entidade gestora poderá avançar para a concretização da OIGP agora definida, contando com quase 1,5 milhões de euros para executar, aclarou.

Ao contrário de instrumentos de ordenamento anteriores, a OIGP é vinculativa para os proprietários presentes na área previamente definida.

No caso da Serra da Lousã, a AIGP define uma área contínua de cerca de 900 hectares no sul do concelho, que abrange as aldeias de xisto de Catarredor, Chiqueiro, Casal Novo, Talasnal, Vaqueirinho e Candal, referiu Ricardo Fernandes.

O município, que conta com terrenos na área abrangida, decidiu recentemente integrar a OIGP, depois de já ter sido a entidade que promoveu a candidatura ao PRR.

“Não podemos não aproveitar esta oportunidade. A área envolve as aldeias de xisto da Serra da Lousã, e existem um conjunto de ameaças ao território, como espécies infestantes, incêndios, e os cortes rasos controlados ou descontrolados. A concretização desta AIGP vai contribuir para o ordenamento, mas também para a sustentabilidade do território para o futuro”, vincou o vereador.

A operação prevê o controlo de espécies invasoras, criação de faixas de gestão e operações de reflorestação, aclarou, salientando que o projeto irá permitir “aumentar um património ambiental que já é enorme”.

Segundo Ricardo Fernandes, a AIGP da Serra da Lousã “é a AIGP que tem maior percentagem” de terrenos georreferenciados (mais de 70% de toda a área que será intervencionada).

Para o presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, esta operação “sempre foi um desígnio do município”, tendo como objetivo “valorizar a floresta” e preservar “o património natural da Serra da Lousã”.

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