PCP e movimento criticam quebra de promessa da Câmara no Convento São Francisco
PCP e o movimento Cidadãos por Coimbra criticaram hoje a nomeação de Celeste Amaro para programar o Convento São Francisco e a quebra de promessa do executivo de criação de um novo modelo de gestão para aquele espaço.
Na terça-feira, a Câmara de Coimbra (liderada pela coligação Juntos Somos Coimbra) anunciou que a ex-diretora regional da Cultura do Centro e antiga deputada do PSD, Celeste Amaro, vai assumir a programação do Convento São Francisco a partir de março e, na quarta-feira, em resposta à agência Lusa, o município afirmou que fica descartado, “por agora”, um novo modelo de gestão para aquele espaço cultural, uma das promessas eleitorais do novo presidente da autarquia.
Em comunicado, a Organização Regional de Coimbra do PCP recorda a “promessa” feita em campanha e reafirmada em outubro de “discussão e definição do modelo de gestão para o Convento São Francisco”, notando ainda que o anúncio público da decisão foi feito depois da reunião do executivo e da Assembleia Municipal, na segunda-feira, sem ter sido dado conhecimento aos deputados e vereadores eleitos.
“O PCP reafirma que, em seu entender, qualquer modelo de gestão que venha a ser encontrado para o Convento São Francisco, tem de assegurar a natureza pública da gestão daquele espaço e, no imediato, proceder à regularização dos vínculos e condições de trabalho da equipa necessária ao seu funcionamento”, salientou a Organização Regional, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
As duas decisões agora anunciadas pelo presidente da Câmara de Coimbra, que detém o pelouro da Cultura, “sinalizam o caminho exatamente inverso, fazendo temer que se trate não de um adiamento, mas de uma antecipação que permite ver o que aí vem”.
“O PCP não abdicará de lutar contra os objetivos que se desenham no horizonte das medidas agora anunciadas, e de intervir com propostas para a concretização da missão de serviço público que um equipamento desta natureza não pode deixar de ter”, frisou aquele partido.
Também o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), veio hoje a público criticar a nomeação de Celeste Amaro, considerando que essa decisão “interrompe o trabalho” desenvolvido, tendo sido feita “sem qualquer explicação, quer sobre a impossibilidade de prorrogar a aquisição de serviços em curso até à prometida criação da empresa municipal, quer sobre a prometida abertura de concurso”.
“José Manuel Silva deve esclarecer rapidamente se está a pagar favores ao PSD [força que integrou a coligação Juntos Somos Coimbra], se quer comandar pessoalmente a agenda do Convento, ou o que é que o fez mudar de ideias quanto à natureza jurídica futura do Convento São Francisco”, apontou o movimento.
O CpC ainda dá nota de um outro caso em que o presidente terá convocado “uma dirigente de serviços municipais para uma entrevista, a quem terá ameaçado de exoneração caso não aceitasse deixar o cargo que desempenha há largos anos com mérito e dedicação reconhecidos por todos”.
“O CpC exige que sejam imediatamente interrompidas tais práticas e que seja instaurado o ambiente de respeito pelos trabalhadores e trabalhadoras do Município, pela legalidade e pelas regras democráticas”, salientou.