Opinião: Magia ou estratégia?
Pelas proporcionais semelhanças, vem este artigo a propósito de Coimbra e do país, agora que estamos no campeonato das promessas legislativas falaciosas. Mas não culpemos os políticos pelas mentiras eleitorais, eles só mentem porque rende votos!
Se o povo castigasse eleitoralmente quem mais mente, os políticos seriam mais verdadeiros e as campanhas eleitorais seriam diferentes! Discutir-se-ia a política e o país com mais seriedade e rigor e Portugal e os portugueses estariam bem melhor.
Tal como acontece em Coimbra, com o executivo que substituímos, como acreditar em propostas e exigências de quem governou durante oito longos anos e nunca fez o que agora promete, anuncia ou exige? Políticos assim não se podem levar a sério, não se lhes pode entregar a responsabilidade da governação…
Os problemas de Coimbra e do país não se resolvem por magia, por promessas ou por populismos simplistas.
Para aprofundar o debate, tenho pedido à oposição que analise o porquê de Coimbra ter decaído de 3ª para 16ª cidade do país em população residente. Recusam-se a fazer essa análise, porque são corresponsáveis pelo sucedido.
No país, a pergunta deve ser análoga: porque estamos a decair na classificação do PIB per capita na Europa? Ocupamos o 20º lugar na União Europeia, com apenas 78,7% da média.
Os políticos que mais nos governaram nas últimas décadas, os socialistas, tal como em Coimbra, recusam fazer essa análise. Têm a consciência pesada.
A governação socialista conduziu Portugal à bancarrota de 2011 e foi o PS que chamou a Troika e negociou e assinou o memorando que impôs tantos sacrifícios aos portugueses.
Outros foram obrigados a reequilibrar as contas.
Passados os anos de maior sacrifício a aplicar a difícil receita da Troika, já depois de reequilibradas as contas nacionais e ultrapassadas as mais graves consequências da pesada herança socialista, o PS, através de um verdadeiro golpe político, criou a geringonça e governa o país há 8 longos anos, dois deles com maioria absoluta.
O que temos hoje? As tais contas certas, que Jorge Sampaio no passado tanto criticou, é verdade, mas temos “contas certas” da forma menos saudável e menos desejada possível, pois é à custa da maior carga fiscal de sempre e do descalabro no SNS, na Educação, na Justiça, na Agricultura, nas Forças Armadas, nas Polícias, na desvalorização dos profissionais, enfim, em todos os setores da sociedade.
Os problemas de Coimbra, como os do país, apenas se podem resolver com uma estratégia de desenvolvimento sustentável e criação de emprego, temperado com sentido de consciência social. Não há outra forma. Para distribuir riqueza, é preciso criar riqueza.
Em Coimbra, temos demonstrado e colocado no terreno esta estratégia de desenvolvimento, passando a Câmara da idade do papel para a era digital, acelerando procedimentos, atraindo novas empresas para criar empregos, dando visibilidade a Coimbra como destino privilegiado (concertos dos Coldplay, município convidado da BTL 24, assumindo lideranças europeias, etc.), promovendo em 3 anos obras de 30 anos, das quais Coimbra irá emergir no futuro, reabilitando as escolas, renovando a frota dos SMTUC, criando eventos que trazem mais pessoas a Coimbra e estimulam o comércio local, apostando no ambiente (com as microreservas e árvores em todas as caldeiras, por exemplo), construindo centenas de fogos de habitação no âmbito do 1º Direito, apresentando projetos ambiciosos que transportam Coimbra para a modernidade (como o plano Busquets e a futura estação central intermodal), apostando em proporcionar novos horizontes aos nossos jovens com o disruptivo TUMO, etc., etc.
Este é o nosso caminho, uma estratégia sólida de crescimento e modernização, que irá resolvendo, progressivamente, os problemas do concelho (e contribuindo para resolver os do país). Por isso, em Coimbra, apresentámos uma estratégia realista para 8 anos, que irá modificar substantivamente a cidade e o concelho. Os sinais já estão aí e são resultado de muito trabalho.
Na política, os candidatos a mágicos são todos falsos. Os verdadeiros mágicos estão nas artes.
Na governação não há soluções nem promessas mágicas e nenhum problema se resolve com populismos fáceis.
Acompanho quem apresenta uma consistente e estruturada estratégia de desenvolvimento do país. Sei que não há outro caminho. A roda já foi inventada há milhares de anos…