Opinião: Golpe de teatro
O conhecido ator e encenador Pedro Penim acaba de ser nomeado pelo Governo como Diretor do Teatro Nacional D. Maria II, assim substituindo Tiago Rodrigues que, com méritos, rumou a terras de França.
Assumindo-se a natureza da indigitação como política, estranha-se que o recém-nomeado assuma como mote para a sua primeira comunicação não o facto de pertencer à comunidade LGBT, mas sim o vincar que é neste sector da sociedade que encontra linhas de pensamento e de inspiração.
Penim afirma, “Chego aqui como alguém que faz orgulhosamente parte da comunidade LGBT, e que aprendeu a fazer disso uma força, e na verdade é o que é, uma força, e eu falo deste lado da minha identidade, não para me defender ou para marcar algum ponto, mas porque acredito que é nesse setor da sociedade, que é o meu, que se encontram linhas de pensamento e vetores de ação que neste momento me parecem os mais relevantes e os mais inspiradores, quando imaginamos cenários futuros para a sociedade e para o tecido artístico”.
Desta forma Penim parece não perceber a relevância da função para a cultura do nosso país, querendo antes desta fazer emanar uma qualquer fonte de afirmação da sua orientação sexual que, obviamente, só a ele diz respeito, ousando ainda propalar que desta resultarão as virtudes futuras quer para a sociedade quer para o mundo artístico.
O novo Diretor do Teatro nacional D. Maria II dá assim créditos a todos os que afirmam estarmos perante as imposições emanadas por um lobby que condiciona a própria agenda política, iniciando esta sua nova função como encenador de um verdadeiro “golpe de teatro”.