Opinião: “Espaço e Ciberespaço”
Ao longo do último ano, tanto em modo superficial quanto por vezes subliminar, ousamos refletir sobre transformação digital e “sentido de emergência” num quadro crescente de receios e incertezas, mas também de desafios e esperanças, apelando a uma monitorização sobre oportunidades emergentes no plano pessoal, empresarial e institucional através do confronto permanente com as novas ideias, sem perder a noção de governança e inclusão.
Realizamos uma breve análise aos desafios da cooperação inter-geracional através dos “Zillenial” e Geração Alfa, enquanto os mais recentes referenciais para a realização do “Homo Digitalis”, sublinhando a aceleração dos tempos e o crescimento dos ciberespaços como efeitos a observar na criação de uma Humanitude ( humanidade com atitude) mais consciente.
Perspetivamos a componente “ciber” através da evolução das redes tecnológicas e sociais, e a necessidade de interpretar um tipo de contacto e de interação não-física, para compreender uma gama adicional de problemas que se desenvolvem no ciberespaço informacional e relevamos a necessidade do Digitalismo, para o desenvolvimento de instrumentos de combate à pandemia, ao mesmo tempo que perspetivamos o aparecimento de novas atividades profissionais e a consolidação de um vasto campo de ação BioInfoIndustrial”.
Propusemos uma “viagem” breve ao novo mundo de “pegada digital” crescente, que origina identidades múltiplas com reflexos sobre os desafios do talento no que a dados pessoais diz respeito, e dos direitos sobre dados “pessoalíssimos” de natureza genética, agora acessíveis por via dos avanços nas tecnologias e processamentos digitais, reforçando a tendência para o trabalho conjunto entre humanos e agentes algorítmicos, cada vez mais presentes na execução de tarefas em ambientes de crescente complexidade técnica, jurídica e socio-económica.
Endereçamos a Inteligência Digital, e a competência para coordenação e controlo em ambientes híbridos “pessoa-algoritmo”, de design, produção e entrega de ativos digitais, revelando a noção de “token” enquanto veículo capaz de mobilizar o valor acrescentado de expressividade informacional por ação conjugada da inteligência natural e artificial, para permitir uma realização interpretável de atividades automáticas e autónomas.
E por fim ensaiamos novos termos como Prova de Talento e Economia Generativa, fundacionais para a clarificação de uma “Renascença Digital” que desperta sentidos através da mobilização de sistemas sensoriais para a construção do futuro das cidades circulares sustentáveis e socialmente conscientes.
Um ano de exercício de escrita sobre o “Digital” como resultado de reflexão e pensamento partilhado em ato, na forma de “Work in Progress”, um domínio sempre aberto a reinterpretações, ainda mais numa era que produz mensagens de tempo real através de dispositivos e processos dinâmicos de interação tecno-social em contextos cada vez mais Digitais e Digitalizados.
Pode ler a opinião de Francisco Lavrador Pires na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS