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Opinião: Deputados e valores

27 de fevereiro às 10h26
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Quem vai lendo periodicamente estes meus textos sabe que defendo a Escola (as escolas) como espaço de primordial importância na educação para uma sociedade que viva em paz, sem violência, capaz de integrar todos os que a ela têm direito, sem exclusão de raça, de origem étnica ou de deficit físico ou mental. A Escola Pública é isso mesmo, um espaço onde se aprende a crescer com respeito e dignidade de todos os que compõem a sociedade. Aí se desenvolvem cidadãos que sairão do sistema educativo mais bem formados uns, nem tanto outros, tendo em conta o próprio contexto familiar e social onde cresceram e se movimentam. A Escola esforça se através dos seus educadores, mas nem todos aproveitam em benefício próprio esse esforço.

Sendo verdade que assistimos diariamente a casos de violência ou de segregação dentro das escolas, também sabemos que a violência começa fora dos muros dos estabelecimentos de ensino e é muitas vezes transportada por veículos familiares. Nem precisamos de falar na violência doméstica que tem sofrido substancial incremento ao longo dos últimos anos e a que muitas crianças assistem.

A violência que aqui quero trazer nem sempre é física; é muitas vezes verbal, gestual ou escrita, colocando a vítima em situações de enorme perda psíquica e emotiva, que se revela quando menos se espera.

Na última semana todos pudemos assistir a dois exemplos desta violência que arrepiam os cidadãos bem formados e que põem em evidência a incrível grosseria, a falta de sensibilidade, o desastre educativo que afeta dois deputados da nação. Não, não vou falar das malas, nem da pedofilia que passa por aquela bancada, nem dos assaltos à caixa de esmolas de uma qualquer igreja da Beira Baixa perpetrada por um suposto representante da nação desse grupo parlamentar.

Verdade se diga que a força extremista que ocupa lugares na Assembleia da República pretende fazer daquele recanto do hemiciclo uma espécie de taberna onde quem fala mais alto pensa que se faz ouvir melhor. Julga que quem fala mais alto pensa alguma coisa que preste.

A deputada Diva Maria acusada pela ex-mulher do seu atual companheiro de agressão, entendeu apoucar a deputada Ana Sofia Antunes, senhora invisual e que tem dado importante contributo a diversos assuntos que o seu partido (PS) assume. Aquilo que a deputada Diva julgou conseguir (menosprezar) virou se contra si própria. Mas o que me leva a trazer aqui o episódio é o facto de me dizerem que a Diva é professora. Não pode ser! Há engano com toda a certeza. Então se a senhora fosse mesmo professora que valores transmitiria aos seus alunos? Que gente é esta que ocupa lugar de educador e não tem a formação desejável para o exercício da profissão?

Outro caso. O deputado do mesmo partido, João Tilly de seu nome, revela uma profunda ignorância sobre a Educação Especial e o direito que todos têm a frequentar a escola pública atingindo os patamares que as suas capacidades permitam.
Mas o que agrava a situação é que o senhor também se diz professor. Consultar a Wikipedia nesta altura serve para vermos que se trata de um negacionista das vacinas à altura da epidemia do covid instando as pessoas a não se deixarem vacinar, embora alguns meses depois tenha corrido a vacinar se, não fosse o diabo tecê-las…

E aqui vos deixo dois exemplos de quem não serve mesmo para a profissão e só por engano acabou por aparecer à porta da sala de professores a pedir licença para entrar.

Só mais uma nota, esta mesmo final. Titula o Diário As Beiras que “Alunos do distrito de Coimbra são os que menos chumbam até ao 9º ano”. Os dados são recolhidos na Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência, logo encontrados naquilo que habitualmente se designa por fontes oficiais. Lembro que se trata do distrito, o que poderá querer dizer que esta não é uma das regiões mais desfavorecidas em termos da colocação de docentes.

Sendo eu pouco crente nas coisas de dados por junto em matéria de educação, não deixo de reconhecer que estes são um indicador que agora necessita de outro tipo de estudos que aprofundem as veras razões desta realidade. Fico à espera.

Autoria de:

Linhares de Castro

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