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Opinião: Brasil 2024: Uma economia sob pressão

03 de dezembro às 11h40
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O Brasil enfrenta em 2024 um dos seus momentos económicos mais desafiadores. A desvalorização do real, que acumula uma queda de 20% até Novembro, reflete um conjunto de problemas que não podem mais ser ignorados. Não se trata apenas de fatores externos, mas, sobretudo, de questões internas que precisam de uma resposta urgente.

O risco fiscal é talvez o maior de todos. O governo continua a gastar mais do que arrecada, e essa prática insustentável gera incertezas que afastam os investidores. Além disso, as recentes decisões políticas, como a ampliação de despesas e críticas públicas ao Banco Central, só reforçam a ideia de desorganização e falta de compromisso com a estabilidade. É difícil ver como o Brasil pode atrair confiança internacional enquanto envia mensagens contraditórias.

Não podemos ignorar, também, o impacto do cenário global. As tensões geopolíticas, como os conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia, continuam a fortalecer o dólar, enquanto moedas emergentes, como o real, perdem valor. A diferença reduzida entre as taxas de juro do Brasil e dos Estados Unidos contribui ainda mais para a fuga de capital, reduzindo a competitividade do país.

Embora o governo tenha anunciado um pacote fiscal para conter a crise, a verdade é que ele falha em inspirar confiança. A inclusão de isenções fiscais, por mais populares que possam parecer, mina o objetivo principal de reequilibrar as contas públicas. Como resultado, os investimentos fixos continuam a desacelerar, e o país parece preso num ciclo de incerteza.
Olhando para este cenário, sinto que o Brasil precisa de um choque de pragmatismo. É necessário um compromisso claro com a responsabilidade fiscal, combinado com medidas que gerem confiança tanto internamente como no exterior.

É hora de escolher: continuar a apagar incêndios ou construir uma base sólida para um futuro sustentável?

Autoria de:

João Pratas

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