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Opinião: As saudades que eu já tinha

29 de junho às 11h22
1 comentário(s)

As saudades que eu já tinha das greves na CP! Os maquinistas obrigaram a empresa a suprimir 199 comboios dos 1056 programados. Isto só na quinta-feira. Um orgulho! A paralisação vai prolongar-se até 14 de Julho. Os sindicatos adiantam que foram suprimidos quase 75% das ligações, que a adesão à greve dos trabalhadores da CP foi “quase total”, e que em consequência a “a atividade da CP, em todas as áreas, está, de facto, praticamente a zero ou muito reduzida”, indicou o secretário-geral da Fectrans, José Manuel Oliveira, em declarações à Lusa.

Até agora, e de acordo com e-mail que recebi da CP, aderiram à greve 11 sindicatos. Visitada “à sorte” a página de um desses sindicatos aderentes, a última mensagem publicada é “o Siofa deseja a todos os seus associados e suas famílias, amigos e todos os trabalhadores em geral um Santo e feliz Natal e um Próspero Ano de 2022.” Não obstante, percebe-se das notícias, muitos mais sindicatos irão aderir à greve. Talvez até alguns com mensagens mais recentes.

Obviamente que foi “ao calhas” que o último presidente da CP “passou” de operário a presidente da CP, pois não é nenhum “boy”. É acima de tudo um socialista “distante” e sempre teve a vida ligada aos comboios. Durante o seu mandato, iniciado em 2022, os maquinistas da CP não fizeram greve. Seria até uma desfeita fazer uma greve quando a CP era liderada por alguém indignado com o desinvestimento, com as linhas encerradas do país caído no esquecimento. Mais, nenhum maquinista iria fazer greve quando o presidente era filho de um dos seus, filho de um colega maquinista que, quando assumiu a presidência, garantia que Portugal podia voltar a sonhar com uma rede ferroviária ainda melhor do que a dos “tempos idos”. Era um presidente revolucionário, à imagem de Pedro Nuno Santos.

Mas a final, parece que nada do foi garantido se concretizou, pois estamos hoje perante uma greve dos maquinistas da CP. Dirão os próprios que ele, o presidente pródigo (no sentido de ser filho de um maquinista da CP), nenhuma culpa teve, a não ser nos lucros que apresentou (mas que, aparentemente não reverteram a favor dos maquinistas). Recorde-se que ele afirmou que iria ter resultados positivos, apesar de inferiores aos 9,2 milhões de euros que herdou.

Se fosse adivinho, diria que os maquinistas vão culpar o Passos, ou, no mínimo, o antigo presidente da CP, Manuel Queiró, que, apesar de desconhecer previamente do destino profissional da actual secretária de Estado Cristina Dias para a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), “pagou-lhe”, em 2015!, a quantia indemnizatória de 80 mil euros pela cessação do contrato, no âmbito de um programa de rescisões publicamente anunciado.

Os maquinistas podem hoje queixar-se, portanto, do Passos, do Eng.º Queiró, que em 2015 quando “pagou” 80 mil euros de indemnização pela cessação de um contrato (número que não se compara a 500 mil euros), e desde então tudo foi feito para melhorar a sua situação, de tal ordem que, “mal” o PS saiu do governo, regressamos às greves. As saudades que eu já tinha!

Autoria de:

Paulo Almeida

1 Comentário

  1. António diz:

    O autor é capaz de alinhar alguns parágrafos num português, embora sem particular erudição, minimamente estruturado e compreensível, logo não é ignorante.

    O autor é capaz de pesquisar na Internet – até descobriu a página de um sindicato -, logo não é um info-excluído e possui as ferramentas mínimas para se mover no hodierno mundo digital e procurar a informação de que necessita.

    Bastava-lhe uma simples pesquisa ao Sítio Internet do Sindicato dos Maquinistas para saber que estes fizeram uma série de greves entre fevereiro e abril de 2023, com o mesmo presidente “filho de maquinista” e com o governo anterior, isto é do PS.

    Mas a verdade é coisa que ao autor “não interessa nada”, o que ele pretende é criar nos leitores a percepção de que os Maquinistas fazem greves, não com objetivos sindicais, em defesa dos seus interesses laborais, mas sim com objetivos de intervenção no processo político-governativo.

    Saiu-lhe o tiro pela culatra: os Maquinistas fizeram greves e acordos, com o mesmo presidente, tanto no governo do PS como no governo da AD.

    Comprova-se que a sua intenção é mentir. Criar “fakenews”, como se diz agora.

    É pena que este jornal, um dos mais ativos da imprensa regional, e que me habituei a ler e a respeitar, dê guarida a esta espécie de bufões.

    https://smaq.pt/page/10/

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