Opinião: Acordar para a Cibersegurança
Os ataques cibernéticos realizados nas ultimas semanas a uma vasta gama de empresas publicas e privadas, com destaque para o corte de comunicações na Vodafone, teve o condão de acordar os portugueses para os novos níveis de ‘disrupção’ que vivemos no seculo 21.
Efectivamente, enquanto que antes falávamos de um tipo de ‘guerra’ realizada através da invasão de países, destruição de infraestruturas e, muitas vezes, a destruição de vidas humanas, hoje em dia assistimos a uma natureza distinta da ‘guerra’.
Enquanto que antes falávamos de ataques cibernéticos contra estados, agora falamos de ataques a infraestruturas criticas como sistemas eleitorais, hospitais ou redes de telecomunicações, ataques estes que podem evoluir para o nível de espionagem industrial.
Assim, as Instituições Europeias apresentaram uma nova estratégia de cibersegurança, reforçaram os meios físicos e humanos da agencia ENISA e criaram um Centro Europeu de Competências na área da cibersegurança.
Se estamos preocupados com a privacidade de dados e de informação, também deveremos estar preocupados com a segurança desses mesmos dados, sobretudo quando no futuro falamos de uma sociedade cada vez mais interligada a internet.
A ameaça cibernética que hoje vivemos permanecerá connosco e de certeza que será aumentada e amplificada no futuro devido ao crescimento exponencial da utilização de objectos conectados.
Neste sentido, e devido aos constantes ataques cibernéticos de que o país tem sido alvo, importa questionar se não faz sentido classificar as redes de telecomunicações enquanto infraestruturas criticas, garantindo-lhes elevados níveis de defesa e proteção contra a intrusão.
A cibersegurança é um assunto actual e premente que carece de atenção urgente, pois a ‘guerra’ de amanhã esta à nossa porta.