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Opinião: “A IA de amanhã”

15 de março às 14h50
1 comentário(s)

Defendo para Portugal a energia nuclear. Defendo o nuclear porque nos torna independentes, constrói sustentabilidade no mundo que aí vem de gasto desmedido de energia. A Inteligência Artificial vem para nos acompanhar os dias todos e converter-nos em máquinas de trabalho de 24 horas, porque trabalhamos mesmo quando estamos a dormir. Ela trabalha por nós, propõe, pesquiza, pode autorizar, pode assinar se lhe ensinarmos isso. A questão é que a Inteligência Artificial de hoje está longe de ser a de amanhã. Neste momento começa a roubar empregos, a substituir ofícios, a mostrar que a arquitetura vai sofrer um revés nos preços, os designers vão ter de buscar outros empregos, os escritores terão de ser muito mais imaginativos, os cronistas terão competidores altamente informados, os médicos terão diagnósticos diferenciais e sugestões de exames, os advogados perceberão a jurisprudência com baixo esforço. Amanhã esta inteligência guia os carros, projeta a gestão de empresas, antecipa factores preditivos de boa governação. Um excelente Luis IA não tem empresas, pensa soluções governativas para a saúde e surpreendentemente não pede salário, não tem hora de almoço, não descansa. A IA é um escravo dos cidadãos que o usam. A IA não paga segurança social (o que pode ser um erro quando desemprega um cidadão), não tem férias, e sobretudo nunca é sindicalizado. A IA é como dormir num cemitério – os inquilinos não vão ao pequeno-almoço, não falam de noite, não arrastam os pés. Não se dá por eles.
Defendo para Portugal a opção nuclear sem tibiezas. Com esta opção arrasaria os campos de painéis solares, abateria moinhos de vento colocados em terra que desfiguram os cumes dos montes. A “feiúra” contra a “boniteza”. A central nuclear evitaria mais barragens, mais painéis solares, justificaria o fecho das centrais de carvão que nos custaram muitos milhões de euros. Será que este tema ocupará um espaço da campanha eleitoral que aí vem?

Pode ler a opinião na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS

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1 Comentário

  1. Bot Médico 333 diz:

    Parafraseando o seu colega de opinião, Carlos Henriques, neste momento, os médicos que trabalham no SNS, e muito em breve, no sistema privado, dão melhores condições de acolhimento para se ser candidato a morto do que garantem condições de continuidade para se ser vivo. Parafraseando o Sr. Diogo Cabrita, um excelente médico Diogo IA não tem achaques psicológicos nem outras patologias de maior severidade impeditivas do exercício da profissão, não necessita ter uma boa noite de sono antes de uma cirurgia, pensa em soluções interventivas com o menor custo e a mais alta eficácia possível, não se cansa, não entra em burnout, não comete erros para a saúde do paciente e até para a de si próprio, não pede um elevado salário que o país, a médio prazo, não pode suportar. Mas sobretudo, e ao contrário do que se tem vindo a verificar até agora, um médico IA não vende a alma ao diabo por mais uns confortáveis tustos. A IA não será um escravo dos cidadãos que o usam, mas os cidadãos, muito em breve, tornar-se-ão dependentes da IA para os cuidados mais essenciais à preservação da dignidade humana. A IA é como uma versão melhorada de si próprio, a colocar a sua classe profissional e outras, em casa, a usufruir de um infindável tempo de lazer e a dormir a sesta quando lhe bem aprouver, a viver de um salário fixo muito mais baixo e determinado por quem os fabrica e de modo a que não gaste tantos recursos ou convide tanto ao consumo. Num cemitério, dorme-se o sono derradeiro, que é o que os serviços de saúde têm tido para oferecer aos cidadãos, mesmo os que ainda estão por nascer.

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