Opinião: A “Baixa” em “alta”
Desde sempre eleita como o baluarte do comercio e serviços da Cidade, a “Baixa” de Coimbra há muito que exige que se repense o seu posicionamento futuro.
Pese manter uma beleza singular, e onde facilmente se observa o esforço realizado pela autarquia em reconstruir as suas infraestruturas, o papel tido pela “Baixa” até finais do século passado dificilmente poderá ser mantido, como resultado da evolução natural da Cidade e da própria sociedade, assim evidenciando dificuldades obvias de sustentabilidade das atividades que herculeamente por ali ambicionam manter-se.
Esta constatação obriga a que se reflita sobre possíveis modelos de desenvolvimento, desejavelmente integrados quer com a oferta hoje existente quer com as necessidades que se antecipam na Cidade.
Reconhecendo as limitações que a própria autarquia possa ter em conseguir alterar este posicionamento, por dificuldades em interferir diretamente com a atividade privada, consigo idealizar, através de um instrumento de gestão e requalificação urbana e de dinamização da economia, publico ou privado, diferentes clusters ali sedeados, com rendas controladas, obras tipificadas, e inúmeros tipos de apoio, quer à contratação de jovens quer ao desenvolvimento económico das empresas aderentes, em particular às spinoffs que meritoriamente nascem nas nossas universidades.
A materialização de um projeto ambicioso com estas características, difícil mas exequível, poderia trazer à “Baixa” de Coimbra muitos jovens, de múltiplos setores de atividade, mais emprego, e mesmo contribuir para uma maior oferta de residências com custos totalmente controlados, assumindo-se como um cluster de desenvolvimento e conferindo uma nova vida a uma das zonas mais emblemáticas da Cidade de Coimbra.