Mart’nália e orquestra italiana de harpa atuam em ciclo musical de Coimbra
Um espetáculo com a brasileira Mart’nália e um concerto evocativo dos 700 anos da morte de Dante integram o terceiro ciclo de música Orphika, que decorre em Coimbra entre 08 de novembro e 08 de dezembro.
Mart’nália vai atuar no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), no dia 27 de novembro, às 21:30, apresentando um concerto de música popular brasileira no âmbito do projeto Borogodó.
Filha do cantor Martinho da Vila, do Brasil, Mart’nália, vencedora de dois Grammy Latinos, interpretará parte dos seus sucessos musicais e algumas novas composições.
Já no dia 13, às 18:00, no Colégio da Trindade, na Alta da cidade, os italianos da Celtic Harp Orchestra protagonizam “um concerto de músicas originais compostas para um ensemble de harpas e soprano pelo maestro Constable”, segundo a Universidade de Coimbra (UC), que organiza este programa de um mês, com diversos apoios e colaborações de diferentes entidades.
O reportório da orquestra é “inspirado nos cantos do Inferno do poema épico a Divina Comédia”, escrito por Dante Alighieri (1265-1321).
“Vamos ter um programa eclético que permite chegar a gostos diferenciados”, disse hoje o vice-reitor da UC para a Cultura e Ciência Aberta, Delfim Leão.
O concerto de harpa, segundo este responsável, está integrado nas comemorações dos 700 anos da morte de Dante, “figura incontornável da literatura italiana e mundial”, e conta com o alto patrocínio do Ministério italiano da Cultura e da Comissão Nacional Dante.
O espetáculo compreende diferentes géneros musicais, desde a música clássica e erudita até ao folk de diversos países.
Delfim Leão falava na sala do conselho científico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), na apresentação do programa da terceira edição do Orphika, uma conferência de imprensa em que também interveio o diretor da FDUC, Jónatas Machado.
Esta iniciativa cultural combina investigação, formação e execução artística e abrange uma programação diversificada, com grupos e intérpretes musicais nacionais e internacionais.
Jónatas Machado salientou que o concerto de cítara celta “é um momento de grande honra” para a FDUC, que gere o Colégio da Trindade, onde decorrerá a atuação da Celtic Harp Orchestra.
“O Orphika tem vindo a ganhar a consistência de que gostaríamos”, congratulou-se Delfim Leão, realçando a importância de Coimbra e a sua Universidade “voltarem à fruição da música”, com “a possibilidade de retomar os espetáculos presenciais” na atual fase da pandemia da covid-19.
Questionado pela agência Lusa sobre a atuação de Mart’nália, o vice-reitor disse que, dos mais de 20 mil alunos da UC, 20% são estrangeiros, de 115 países, totalizando cerca de 5.000 estudantes, dos quais 2.000 são brasileiros, o que leva a Universidade a procurar responder a essa realidade também ao nível da oferta cultural.
Em 2022, a UC vai dar especial enfoque às comemorações dos 200 anos da independência do Brasil e 20 de Timor-Leste.
Além dos espetáculos musicais, o programa do terceiro Orphika inclui um conjunto de outros “eventos convergentes”.
O ciclo começa na segunda-feira, às 18:30, com a presença do Bando de Surunyo na Capela de São Miguel da UC, para um concerto que “resgata música composta no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, durante o período da Guerra de Restauração (1640-1668), e outros manuscritos ali preservados”.
No dia 08 de dezembro, às 21:30, no TAGV, termina o programa com o espetáculo “Fado Ba(da)ladas de Coimbra”, com a participação de organismos autónomos da Associação Académica de Coimbra e da “convidada especial” Lara Martins.