Liga 3: Avançados a mais e clarividência a menos
Entrada apática e algo aburguesado dos estudantes, lentos no processo construtivo e demasiado macios na abordagem aos adversários com bola. Do outro lado é tudo ao invés, com rapidez de movimentos, dinâmica coletiva e muita, mesmo muita, vontade.
Sem espantar, os visitantes controlam o primeiro quarto de hora e chegam, com toda a naturalidade, à vantagem. A jogada de insistência do O. Hospital começa por gerar um pedido de penálti, mas o árbitro manda seguir e, perante a atrapalhação da defesa da casa, Mairlon não perdoa.
Reage a Académica, mas sem efeitos práticos. Só perto da meia hora acontece perigo real nas imediações da área oliveirense, com a Académica a quase marcar, por duas vezes. Ato contínuo, o guarda-redes visitante atira-se para o chão.
Diga-se, já aqui, que a estratégia de perda de tempo haveria de continuar ao longo da partida. Assim, um tudo-nada depois, Bernardo Caldeira atira a bola para longe e vê o primeiro amarelo do jogo. Cinco minutos depois, é a vez de Nascimento “descobrir” uma dor. Da bancada, pede-se que a Académica não devolva a bola e é o que acontece.
Nos últimos minutos da 1.ª parte, vê-se Bah-Sy (tinha tido apenas um remate perigoso, nos minutos iniciais) em três momentos.
Para o segundo tempo, António Barbosa fez duas substituições e parece, claramente, ter mandado acelerar o jogo. E a verdade é que, nos primeiros minutos, a equipa dispõe de duas boas ocasiões, com Hachadi, numa delas, a não empatar por milímetros.
Visitantes chegam a 2-0
Em cima da hora de jogo, porém, uma criancice de Bah-Sy permite um rápido contra-ataque ao O. Hospital que acaba com o 2-0, apontado por Guilherme Neiva, servido por Mairlon.
Seguem-se meia dúzia de lances incaracterísticos, com a Académica a abusar do remate de longe, até que, em cima do minutos 69, Gonçalo Ferreira acerta mesmo nas redes.
O golo foi apontado por um dos atletas entretanto entrados em jogo. Está emendado o erro inicial. Só o antijogo dos visitantes não tem emenda, já que Lucas Fernandes volta a sentar-se na relva. Mas o público, nas bancadas, está empolgado e, retomada a partida, Bah-Sy tem um falhanço inacreditável.
Carrega a Briosa e, aos 81 minutos, uma cabeçada certeira de Duarte Carvalho resulta no golo do empate. Logo depois, pela quinta vez (!), um rapaz do O. Hospital deixa-se cair. Indiferente, a turma da casa insiste, tem um grande disparo à trave, mas é já tarde demais para a reviravolta.