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José Manuel Silva avança com reorganização da Câmara de Coimbra

29 de setembro às 10h34
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FOTO DB/PEDRO RAMOS

O novo presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva (coligação Juntos Somos Coimbra), disse hoje que uma das prioridades no início do seu mandato será “reorganizar rapidamente” a autarquia para reduzir as demoras nos processos.

“Eu vou começar a trabalhar já, reunindo com todos os serviços camarários, com todas as pessoas, para quando tomar posse podermos reorganizar rapidamente a Câmara Municipal e colocá-la como um modelo de funcionamento e de resposta aos munícipes e aos empresários”, afirmou à agência Lusa José Manuel Silva, que encabeçou a coligação PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Aliança/Rir/Volt e que conquistou a Câmara de Coimbra, com maioria absoluta.

O novo presidente da Câmara de Coimbra, que impediu a reeleição de Manuel Machado (PS) para um terceiro mandato, prevê a realização “de algumas auditorias para estabelecer uma linha basal” para apoiar à reorganização dos serviços, “nomeadamente ao tempo de demora de aprovação dos projetos, mas não só”.

O presidente eleito recordou que uma das principais queixas que ouviu durante a campanha foi a demora na resposta por parte dos serviços municipais, considerando que isso “é incompatível com a atividade empresarial e que cria inúmeras dificuldades aos munícipes”.

“Quando um jovem nos diz que quer construir uma casa numa aldeia em que nem há saneamento básico e está há dois anos à espera de uma licença de construção, não pode ser. Quando um empresário nos diz que está há seis anos à espera de uma resposta para aumentar a área coberta da sua empresa e disse mesmo que se a Câmara não mudasse ele iria mudar a sede da sua empresa para outro concelho, é incompatível”, frisou.

Para José Manuel Silva, a “disfuncionalidade” do município “não é da responsabilidade dos trabalhadores”, mas de uma “gestão política da Câmara que é incompatível com o desenvolvimento do concelho”.

“Há oito anos, estava a decorrer um processo de certificação externa de qualidade com a colaboração das pessoas e, quando o PS ganhou as eleições, acabou com esse processo. Quem acaba com um processo de certificação externa de qualidade não quer que as coisas funcionem bem e não quer que as coisas funcionem com transparência”, notou.

Para combater esses mesmos problemas, o novo presidente da Câmara de Coimbra compromete-se também a avançar “rapidamente” para a “total digitalização” da autarquia.

Na sua perspetiva, a digitalização vai permitir tornar tudo “mais acessível, mais rápido e mais rastreável”.

Reafirmando que o problema não está nos funcionários, o presidente eleito e anterior vereador eleito pelo movimento Somos Coimbra referiu que o município, por causa da demora, “está a asfixiar a criatividade e a atividade da cidade”.

“A partir do momento em que a Câmara deixe de ser um fator de complicação e passe a ser um facilitador, a cidade explode de criatividade e de iniciativa”, sublinhou.

Em entrevista à agência Lusa, José Manuel Silva também elencou outras prioridades, como a melhoria dos transportes públicos municipais no concelho e a alteração do trajeto do Metrobus, para que passe a incluir o Polo I da Universidade de Coimbra.

Na área da cultura, para além de querer assegurar a autonomia de gestão e decisão do Convento São Francisco, o novo presidente da Câmara prometeu “o máximo de apoios e estímulos” ao atual grupo de trabalho que prepara a candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, lamentando a “falta de orientação estratégica” por parte do município até agora.

Outro projeto para a cidade será a construção de um grande centro de eventos na cidade, já que Coimbra, pela sua centralidade, “reúne todas as características” para ter essa estrutura.

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