Estação Nova encerra 140 anos de histórias abrindo portas à incerteza

Estação Nova, na Portagem, em Coimbra, recebe amanhã, pela última vez, comboios. No domingo, as portas da histórica estação ferroviária estarão fechadas, encerrando um ciclo de 140 anos. Quem por ali passou nesta semana
foi fazendo as despedidas do espaço emblemático e começa já a pensar em alternativas para mudar a sua rotina diária. Metro Mondego garante transbordo rodoviário e promete linha do metrobus a funcionar até ao fim do ano
São 11H30, o dia é frio e o vento faz-se sentir. A hora não é de ponta e o silêncio impera num local histórico. Os poucos que estão sentados no banco ouvem no sistema de som: “A partir de dia 12 de janeiro vai ser desativada definitivamente a ligação ferroviária entre as estações de Coimbra e Coimbra B. O Metro Mondego assegurará um sistema de transbordo rodoviário entre as duas estações”. Há muito que a notícia era esperada, mas a confirmação foi dada nas últimas semanas.
Estamos na Estação Nova, ou popularmente conhecida como Coimbra A. Em 1885, a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses inaugurou-a e, nos últimos 140 anos, foram milhões os que chegaram à cidade pelas portadas envidraçadas que dão de caras com a Portagem.
Vindo do Porto, e após um transbordo em Coimbra B, um homem, com passo mais lento do que a maioria, chegou à estação. A forma como olha para os comboios e a própria estação é diferente da de quem por ali passa, em direção ao seu local de trabalho.
“Vim cá porque sei que fecha dia 12. Vim despedir-me desta estação e desta linha. Utilizo muito os comboios, mas não sou frequentador desta linha. Aproveitei para vir almoçar a Coimbra e despedir-me”, revelou Vladim Santos, esclarecendo que via com “bons olhos” a utilização do edifício para um museu relacionado com os comboios.
Se há quem venha para se despedir, há quem aproveite esta última semana para guardar registos derradeiros. Joaquim Nunes é natural de Coimbra e tem como hobbie fotografar. Nesta última semana passou por Coimbra A. “Vim tirar umas últimas fotografias para ficar com os registos. Não sei o que vão fazer da estação. Espero que seja uma vertente comercial, que possibilite as pessoas de poderem ver este edifício”, explicou o arquiteto.
| Leia a reportagem completa na edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRAS