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Coimbra: TAGV recebe “Frágua de Amor”, o teatro musical que homenageia Gil Vicente

14 de novembro às 10h00
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DB/Foto de Pedro Ramos

O Teatro Académico Gil Vicente (TAGV) é hoje, amanhã e no sábado palco da estreia da peça “Frágua de Amor”, escrita há 500 anos por Gil Vicente.

A peça teatral nasceu da conjugação da companhia conimbricense “A Escola da Noite” e do Bando de Surunyo, uma frente interpretativa e laboratorial do projeto de investigação “Mundos e Fundos” da Universidade de Coimbra.

Pelo palco vão passar 16 pessoas, entre músicos, atores e instrumentista, numa peça em que a veia teatral é tão importante como a veia musical. Ao DIÁRIO AS BEIRAS, o diretor musical, Hugo Sanches, revelou que a ideia foi sugerida pelo TAGV.

“O desafio partiu do Fernando Matos Oliveira, o antigo diretor do Teatro Académico Gil Vicente. É um projeto que tem sido desenvolvido há muito tempo. O objetivo era articular a música com o teatro”, esclareceu.

Música é parte essencial

A música costuma ser um acessório no teatro, mas nesta peça ganha outro relevo.

“Essa premissa partiu do encenador António Augusto Barros. A ideia era que os músicos e os atores sejam um todo orgânico. Isto corresponde ao que acontecia no teatro ibérico nos séculos XVI e XVII. Os atores cantavam e tocavam. O próprio Gil Vicente era compositor”, disse o diretor musical da peça, justificando assim a escolha da “Frágua de Amor”.

“Estavam várias peças em cima da mesa, mas escolheu-se esta peça porque faz 500 anos, foi feita muito poucas vezes e tem referências específicas a músicas da altura”, esclareceu.

A peça estreia hoje, mas os ensaios começaram no início de setembro. A conjugação dos métodos e ritmos de trabalho foi o principal desafio.

“O mundo da música e do teatro são metodologicamente diferentes. Demorou até conseguirmos olear a peça. Há quatro referências a quatro obras musicais na peça, mas tivemos que musicar o resto da peça. Foi preciso utilizarmos outras músicas da altura e criar músicas originais. Para termos toda esta harmonia foi trabalhoso, mas não foi difícil”, explicou.

Esta simbiose entre a música e o teatro era algo que o encenador, António Augusto Barros, procurava há muito tempo.

“A mim, sempre me interessou muito o lado sonoro e musical dos espetáculos e tinha vontade de trabalhar Gil Vicente com músicos e músicas. Havia sempre música, mas nunca tinha havido um encontro que proporcionasse ter quase uma miniorquestra e cantores [em palco]”, disse à agência Lusa o encenador António Augusto Barros.

Palco cheio

A “Frágua de Amor” levará a palco 16 intervenientes, fazendo desta uma peça que exige grande coordenação.
“Foi um desafio até para conseguirmos arranjar uma agenda que dê para todos os músicos e atores”, salientou Hugo Sanches, descrevendo depois a peça teatral que será hoje estreada.
“É uma coisa cheia de cor, ritmo e música. Apesar do texto ser difícil de perceber, pelo facto de ter 500 anos, a encenação, os figurinos, e cenografia e a música ajudam muito a que se entenda”, clarificou.

Pode ler a notícia completa na edição impressa e digital do dia 14/11/2024 do DIÁRIO AS BEIRAS

Autoria de:

António Cerca Martins

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