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Opinião: Um novo caminho para a prosperidade: como vou votar!

12 de fevereiro às 09h15
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Não consigo evitar a ideia de retomar o meu tema da crónica anterior, com uma ressalva importante: a anterior crónica tinha como título “um novo caminho para a pobreza” ao passo que esta se intitula “Um novo caminho para a prosperidade”.
Depois de um conjunto de debates inócuos e da constatação da mediocridade dos atores políticos em presença, confesso que me sinto órfão e não representado. É uma situação que mistura deceção e angústia. Todavia, tenho redobrado a minha atenção à atitude das gerações mais jovens e ao seu empenho no atual ato eleitoral. Esta semana, num almoço cá em casa, havia 5 jovens à mesa entre os 20 e os 26 anos, e confesso que me emocionei com a intensidade com que se falou de política. Fiquei mais atento às pessoas do meu entorno e mesmo aos meus alunos e vejo que estão verdadeiramente preocupados. Há um conjunto de temas que perpassam a todos eles e que merecem um enorme consenso: as preocupações com a habitação; as preocupações com o emprego; as preocupações com o “mileurismo”; e as preocupações a sua potencial necessidade de emigrar. O meu entusiasmo com este súbito interesse só é proporcional ao desgosto que sinto pelo país que deixamos a esta geração.
Por isso, tomei a decisão de “decidir” o meu voto. Em quem vou votar? Então, retomei a análise do estudo prospetivo da SEDES sobre a economia portuguesa e sem concordar a 100% com tudo, entregarei o meu voto a quem decidir ler o referido estudo e pô-lo em prática, no seu programa eleitoral. Mais que promessas de blackfriday eleitoral, o meu voto vai para quem me mostrar que é capaz de mudar este país, nos termos e com os compromissos que este estudo supõe: Ambição principal: duplicar o PIB em 20 anos. Note-se que estou a referir-me a um estudo coordenado e elaborado por 2 ilustres socialistas: Álvaro Beleza e Abel Mateus.
Sob o slogan “basta de “pobreza”, o estudo sugere duplicar o PIB em 20 anos, ter um crescimento médio do PIB anual de 3,5%, atingir a média da união europeia em 2036, e aumentar o PIB per capita em paridades de poder de compra em 20% até 2030. O estudo faz aquilo que um bom programa de governo deve conter: fixar metas claras e quantificáveis e desenhar as políticas e as ações que permitam alcançá-las. Estes objetivos vão permitir estancar a progressão da pobreza, a fuga de jovens talentosos para o estrangeiro e minimizar muitas das mortes que um SNS ineficaz não consegue evitar.
O programa sugere um conjunto de medidas inovadoras, em alguns casos de rutura, nas áreas fiscal e laboral, na educação e na saúde, na justiça e, naturalmente, na reforma do Estado. O estado deve estar ao serviço dos cidadãos e das empresas, num modelo de desenvolvimento sustentável, inclusivo e mais igualitário. Os programas de infraestruturas a privilegiar terão que ser avaliadas pelo seu custo, pela sua eficiência e pela sua capacidade de nos colocarem mais próximos da Europa.
Isto supõe governos competentes, recheados de governantes competentes e de uma administração pública igualmente competente e eficiente. Na verdade, o desafio de prosseguir o desafio concomitante de equilíbrio das contas públicas e de redução da dívida não podem ficar dependentes de uma carga fiscal asfixiante. A quantidade e qualidade dos gastos públicos terão que ser reequacionados e redirecionados, sabendo que algum sacrifício inicial poderá ser necessário.
Não há futuro sem competência, sem coragem e sem reformas.

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