Opinião: Um contra todos será a luta de António Costa

É-me completamente indiferente se as eleições legislativas se realizam em janeiro ou fevereiro. A mim, como à grande maioria dos cidadãos que dia a dia vão assistindo ao mau espectáculo que a democracia dá.
Queremos lá saber o que pensam os Conselheiros de Estado, alguns deles com responsabilidades acrescidas na governação em Portugal num passado bem próximo, recente, e de má memória. E que tanto mal fizeram!
Outros que nunca “calçaram”, aparecem como conselheiros sem o mínimo de categoria para se sentar à mesa. Mas se a presidir também está alguém muito fraquinho…como desejamos que outros sejam melhores?
As guerras intestinas nos partidos ditos da direita, a confusão que existe no PS, sim, no PS, dividido em várias “alas” desde a direita à esquerda passando pelo centro, para saber quem se posiciona para suceder a António Costa e, já agora, apesar do centralismo democrático com a renovação que muitos exigem no PCP mas que os ortodoxos não autorizam, até ao BE que não passa de um ajuntamento que vai divagando sobre a justa luta dos trabalhadores sem trabalhadores, tudo de um pouco acontece em Portugal.
Caladinho a ver a banda passar, Ventura vai tocando umas musiquinhas para saloio se divertir. Trai trai olaré trai trai é por onde começam os noviços nestas andanças. Clássicos só lá mais para a frente! Se lá chegar!
O Povo a olhar para as televisões, todas em cima da hora como manda a lei, anda arredio da formação das listas de deputados. Se soubesse o que vai para aí, mais aquilo que ninguém sabe, mandava-os todos falar com o defunto PRD que “era” da Rua do Fala Só”!
Quatro aninhos na Assembleia da República até poderá ser um bom negócio se o tempo for bem aproveitado.
Com um bocado de sorte vemo-nos livres do “Livre” que deu uma má imagem durante esta parte de legislatura. Questionar a nossa soberania acusando de racistas “tudo o que mexia”, e colocar em causa a nossa história, quem nele votou é minha convicção que não vai repetir.
O Iniciativa Liberal poderá receber alguns dos dissidentes do escangalhado CDS/PP que, concordemos ou não, teve dos cidadãos mais ilustres na sua liderança. Diogo Freitas do Amaral, Lucas Pires, Adriano Moreira, José Ribeiro e Castro e uma Senhora que, embora nunca tenha sido sua líder, Maria José Nogueira Pinto, marcou uma época importante da direita democrática.
O PAN será também uma força política que virá a sofrer com o voto útil.
Do PSD todos esperam uma decisão equilibrada que honre a sua história de partido fundador da democracia.
De entre os mais divertidos estará seguramente António Costa. Percebeu-se em finais de agosto com o “ajuntamento” socialista em Portimão, que estava a jogar uma partida de xadrez para iniciantes. Não precisava de mais!
Sentou silenciosos à mesma mesa quatro putativos candidatos à liderança do PS – não se sabe é quando! – e entregou o cartão de militante à Senhora Ministra da Saúde com os seguintes dizeres; “tome lá o cartãozinho” mas chegou tarde à militância!
Poderá ser de novo cabeça de lista por Coimbra, ainda que possa haver a tentação de, no seu lugar, encostar alguém que tirava fotografias a entregar chaves de casas ex-ardidas e as enviava para os jornais! Seria a desgraça absoluta!
António Costa baralha e torna a dar. Sabe fazê-lo como ninguém. E agora ainda mais pela ambição desmedida de alguns que querem ser deputados.
Sabe que da grande maioria que agora vai terminar a “comissão de serviço”, poucos são os que têm os mínimos para continuar. Vai querer e poder reanimar o PS para que seja mais interventivo junto das pessoas. E sabe melhor do que ninguém que ele próprio e o PS vão ter de disputar uma luta desigual.
Um contra todos vai ser uma luta difícil! Percebe-o bem. E sabe que uma das determinantes da vitória com maioria absoluta será “aconchegar” os socialistas. Se estes estiverem felizes, serão todos felizes nos próximos 4 anos…e se calhar sem geringonça a “meter areia na engrenagem!