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Opinião: O silêncio vota

08 de fevereiro às 10h40
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Hoje, a interpretação de um gesto, pode gerar um tornado ideológico. Realmente há uma busca pela hipérbole do mínimo, pela vulcanização do trivial. A simplicidade veio substituir a eloquência, apagar a importância da experiência. Assim, construímos interpretações maléficas da realidade por falta de ponderação analítica, e ausência de pudor com as consequências. Há uma força ideológica na tentativa de submissão do pensamento livre. Não se coibiram alguns de levar ao Parlamento uma lei de silêncio. Aqueles, que lutaram preteritamente pela liberdade, encontram na mordaça um meio de impor a sua opinião. Subjugar pela quantidade de palavras, ou de ruídos, é uma técnica de destruir o contraditório. Outra forma é sepultar o argumento numa montanha de outros assuntos. Há inúmeras técnicas de converter um diálogo numa ladainha ou numa berraria. Assim se construiu a ditadura woke. O silêncio aumentou sem que os promotores desta ideologia reparassem. Era um silêncio farto, frio, fiel, forte. O povo silenciado cansou disto e mudou de canal, até que não regressou à opinião ou ao noticiário. Tentaram os woke, em desespero, regular a criatividade interpretativa da ignorância, mas isso, meus caros, é impossível, e veio para ficar.
A realidade é crua, fria e incontornável, e Trump também veio para ficar quatro anos intensos e mudar o mundo. Trump fertilizou na mesma terra onde germina Ventura, Milei, Orban, e todos os que permitem os gritos dos amordaçados. Há sempre os que sonham o regicídio. Trump chegou como Nero tomou Roma. Um narciso rodeado de centuriões prepara-se para acabar com o sossego woke, com a dádiva garantida, e portanto vem aí pobreza, vem aí crise económica, vem aí a guerra contra os infiéis, e Roma é o mais poderoso exército, a mais brutal máquina de guerra, a decisão unilateral. Não há negócios com Roma. Há submissão. Depois, com os anos a turba dos derrotados e dos miseráveis, comandados por novos líderes da barbárie, acabarão por destruir o império romano. É assim a vida, e nós estamos a assistir à romanização da América, estamos a testemunhar um momento extraordinário da história. Estamos perante a redefinição de fronteiras em África. Estamos perante a destruição do sonho palestiniano de um estado soberano. Estamos no começo da expulsão de milhões de pessoas dos países ricos, e estamos na realidade dura e imparável de gente silenciosa, que não votava e se calava que agora escolhe o que sentia e não dizia. Os votos chegam aos milhões dos silenciosos que se cansaram do texto bíblico dos wokes. A realidade é um rolo compressor e portanto mais vale tentar compreender que estar com apoucamento ou ridicularização. Trump é como Nero e vai incendiar Nova York e o mundo. E metam na cabeça que ele sabe exactamente o que está a fazer. O império romano vai mostrar o seu poder nos próximos quatro a oito anos. Não protestem, preparem-se! Podemos estar perto do fim da Comunidade europeia. Há que refletir, construir alternativas e preparar para a hecatombe.

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