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Opinião: O corpo do ressuscitado

29 de abril às 08h29
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O tempo litúrgico é de Páscoa e a pergunta foi feita assim: O que é o Corpo Glorioso?
Qual o interesse da pergunta? Pouco ou talvez algum! Mas quem se preocupa com estas coisas?
Gosto de pensar na ideia de corpo, de dar o ‘corpo às balas’, da luta ‘corpo a corpo’, de dizer que não há almas sem corpo, nem corpos sem alma (não confundir corpo com cadáver).
Gosto de pensar que não nos conseguimos pensar fora do corpo. Eu não tenho apenas um corpo, eu sou um corpo.
Há o corpo docente e o corpo discente, os corpos humanos e os corpos celestes, os corpos gerentes e os corpos sociais…
Mas o que é o Corpo Glorioso? O corpo de Jesus Ressuscitado?
Jesus morreu e ressuscitou. O Lázaro morreu e foi reanimado (e depois voltou a morrer), mas Jesus depois de ressuscitado não voltou a morrer. Tornou-se corpo (glorioso) – não um fantasma ou um espírito desencarnado.
Mas se Jesus voltasse simplesmente à vida, se tivesse sido reanimado… Maria Madalena não o tinha confundido com o jardineiro, nem os discípulos de Emaús teriam tido dificuldade em perceber que era Jesus que caminhava com eles.
Tomé quer colocar o dedo nas feridas, quer ter a certeza que o ressuscitado é o mesmo que foi crucificado. Quer tocar as feridas da entrega por amor. Quer ter a certeza que a ressurreição pode ser tocada e experimentada.
O corpo glorioso ‘manifesta-se’, mas reclama ‘reconhecimento’.
Em cada eucaristia escutamos (e dizermos) – ‘Isto é o meu corpo’. Não há eucaristia sem corpo. Um corpo que se torna alimento porque foi vida entregue (por amor).
O corpo ressuscitado é a comunidade reunida em nome de Jesus, é a eucaristia onde celebramos a ‘presença real de Cristo’, é o alimento do ‘corpo e sangue’, da vida toda de Cristo.
É esse corpo que faz superar os medos e ‘atravessa paredes’, que se parte e se reparte, que alimenta a esperança e reforça o sentido da vida, que podemos comungar e adorar.
Claro que há uma resposta clássica que fala das 4 características do Corpo Glorioso: claridade, impassibilidade, agilidade e subtileza. Mas confesso que não me pareceu uma grande ajuda para dar uma resposta compreensível e profundamente cristã.

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