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Opinião: O amor e amizade noutra dimensão!

09 de julho às 13h06
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Ao longo de décadas fomos “perdendo” pessoas de quem gostávamos muitos.
Hoje, ontem, teria sido o aniversário de minha Mãe, ainda que não seja sobre a sua vida e obra – difícil de descrever tais os incómodos que lhe dei – até porque nunca a registei nas redes sociais.
Saudades permanecem sempre, profundas, e nas alturas de mais desânimo, é deles que nos recordamos! Como poderia ser diferente?
Quando era mais novo “achava” que era imortal, tais os disparates que fiz e dos quais sempre me safei com maior ou menor dificuldade! Mas, quem de nós não fez imensos disparates? Todos fizemos, de uma maneira ou de outra, porque de outra forma, não teríamos vivido intensamente.
Tempos houve que acompanhávamos os nossos Amigos nos seus maiores desgostos e angústias. Sempre assim foi e sempre assim será, enquanto existir o conceito de amizade e solidariedade.
Saudávamos, porque de saudar se tratava, quando os seus familiares partiam para outra ou outras dimensões.
Passados alguns anos, não muitos, começámos a saudar a viagens dos nossos Amigos mais próximos. Lei da vida, diremos!
Será sempre um acto de penitência, porquanto, apesar de não ser nada agradável, despedimo-nos de pessoas com quem tivemos grandes cumplicidades.
Não há muito tempo, um Amigo partiu e me deixou um enorme vazio. Aliás como outros, até que outros, se vão despedir de mim!
Ficam, ficarão, naturalmente, as recordações. Viver intensamente cada momento tem destas coisas.
A vida separa-nos, como acontece com muitos Amigos que saíram da nossa cidade para encontrarem mais felicidade e outra felicidade noutras bandas.
Uns por lá ficaram, ficarão, nunca esquecendo as suas origens; mas outros regressam, regressarão, transportando consigo outras vivências, outras experiências, outras, e mais outras amizades e solidariedades que os tornaram mais ricos a eles e a nós próprios.
Uns acreditam mais nesta vida terrena, outros, em outra vida para além do que cada um imaginará. Mas sempre, se calhar sempre esperança, acreditem ou não, acreditemos ou não, que nos encontraremos de que forma for, noutra dimensão.
Esta é a verdadeira amizade!
Por isso, o meu Amigo Etelvino Rodrigues, que há pouco tempo nos deixou, era “aquela pessoa” que mais acreditava que um dia nos voltaremos a encontrar. E eu só lhe posso garantir que, se depender mim, lá estarei!
Lembro-me bem – e vale a pena lembrar – a conversa que tivemos acerca de “que fumo branco” falaríamos sobre a eleição de um novo Papa. Ele católico praticante, e eu agnóstico – dizia ele, pensas tu que és, pensas tu que és” – divergimos na análise do que cada um entendia sobre o futuro da Igreja!
Alguém imagina a dimensão deste Homem, que consegue partilhar opiniões com um completo analfabeto sobre este tema? Só ele mesmo, na convicção de que conversando, ambos aprofundávamos a nossa amizade e a crença que nada nos poderia separar, independentemente de tudo, mas tudo mesmo!

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