diario as beiras
Geralopiniao

Opinião: Garantir novas ferramentas de controlo informático

07 de setembro às 12h30
0 comentário(s)

Desafio 1. Bioeconomia e Economia Circular: com a evolução das alterações climáticas e os impactes ambientais originados pela utilização de recursos fósseis, um dos desafios é conseguir um aumento da integração no mercado de produtos com origem nos recursos biológicos: “valorizar o que a terra produz”. Por outro lado, pensar que iremos ter uma solução de uma sociedade 100% bio também não é possível e viável, tendo em conta a dimensão de população e necessidades de recursos biológicos. Ser-se uma sociedade 100% fóssil é um desastre. Além do desafio de evolução para um modelo de sociedade de base bio, é preciso também integrar os princípios da Economia Circular. A Economia Circular permitirá reutilizar de forma mais eficiente os recursos já existentes na atividade económica e permitir uma maior eficiência futura na utilização dos recursos biológicos. A implementação real e na sociedade/mercado conjunta e de forma integrada dos conceitos da Bioeconomia e Economia Circular será um dos maiores e mais importantes desafios para a década. Separar estes dois conceitos será um erro.
Desafio 2. Mão de obra (escola industrial): Portugal e a Europa apresentam cada vez mais um índice de população com formação superior e altamente qualificada. Contudo, a crise pandémica da Covid-19 demonstrou que a vertente da produção industrial não pode deixar de fazer parte do modelo socioeconómico da União Europeia, em particular de Portugal. Um dos maiores desafios será, por um lado, garantir mão de obra para a vertente industrial, que irá precisar – e bem – de mais pessoas qualificadas e doutoradas, mas também de operacionais que tenham uma formação e cultura para a produção industrial. A antiga formação da escola industrial – onde se aprendia a trabalhar com as mãos nas construções mecânicas, elétricas e trabalhos manuais- é o desafio para garantir uma competitividade para o crescimento industrial de Portugal e da Europa. Mesmo que essas pessoas se tornem engenheiros ou sigam qualquer outra vertente de formação superior, não podem perder o conhecimento, a sensibilidade e a capacidade de trabalhar com as próprias mãos. Se queremos indústria 4.0, necessitamos de pessoas que saibam demonstrar e reparar as máquinas que irão automatizar processos produtivos e que tenham conhecimento acerca dos tipo de trabalhos manuais mais vantajosos e competitivos para posterior automatização (sem sensibilidade para trabalho manual, a automatização será deficitária).
Desafio 3. Raciocínio próprio e crítico: os modelos de formação de jovens estão a ser orientados para modelos de formação automatizados e sem exigir raciocínios críticos de aprendizagem. É urgente conseguir que na próxima década a formação STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) seja o principal pilar dos modelos de formação de toda a sociedade e jovens, sob pena de nos tornarmos numa sociedade de resposta em modelo de “piloto automático” e sem capacidade de análise autocrítica .
Desafio 4. Qualidade da Informação: os jovens estão a construir o seu conhecimento e formação sobre um mundo sem controlo sobre a qualidade e valor da informação. Os livros tinham um papel e um controlo sobre a qualidade e precisão da informação: sobre o que se devia aprender e ter conhecimento. Com os motores de pesquisa, como a Google, em “sinal aberto“, de livre acesso, onde estes não têm implementados sistemas de controlo de qualidade de informação, está a originar uma sociedade baseada em factos e conhecimentos errados. Um desafio importante para a década estará assente na capacidade de termos mecanismos e plataformas de controlo de qualidade da informação disponibilizada em “sinal aberto”.
Desafio 5. Segurança do acesso e uso da informação – a privacidade: a digitalização de todos os equipamentos que a sociedade usa origina um acesso a todas as informações privadas e profissionais. Estas informações passam depois para a servidores centralizados de gestão e uso de informação. O acesso e a forma como estes servidores são usados está muito monopolizada em termos de interesses restritos e privados, sem um controlo das autoridades. É, por isso, um desafio garantir novas ferramentas de controlo informático sobre o acesso e uso aos dados da sociedade, garantindo a privacidade da sociedade.

Autoria de:

Deixe o seu Comentário

O seu email não vai ser publicado. Os requisitos obrigatórios estão identificados com (*).


Geral

opiniao