Opinião: É bom não percebermos tudo para sermos mais humildes
Um dia destes, dei por mim a tentar perceber, quanto a independência política é uma falsidade – independência, diga-se, quando alguns dizem abominar os partidos políticos – para depois se lhes colocarem à ilharga!
Sim, à ilharga, porquanto apenas servem de pequenas marionetes que a seu tempo perdem espaço. Os mandantes tratarão de, a seu tempo, os colocar no seu devido lugar.
O problema é quando os ditos independentes não percebem o que lhes está a acontecer e pensam que tudo é uma determinante do seu pensamento! Mas não é!
Independentes, são os que, apesar da sua filiação partidária, ao longo do tempo afirmam um pensamento diferente, seja de decisão política pura e dura, de estratégia organizacional, ou outra.
É natural que muitos estejam cada vez mais cépticos com os actores políticos, uns mais ou menos analfabetos funcionais, e outros que, apesar da sua pretensa intelectualidade não dão nenhuma garantia de qualidade decisória. Alguns até já fizeram disparates, o suficiente! O tempo não cura tudo, não! E tudo, a seu tempo, é recordado!
Era o que faltava não me poder pronunciar sobre a política da minha cidade, região ou país.! Era o que faltava não mostrar o meu desagrado – com governos, seja de cidade ou do país – e a cada momento explanar a minha opinião. Era mesmo o que faltava!
Mas, para meu descanso pessoal, até hoje nunca ninguém teve o atrevimento de o fazer.
Indigna-me que, uma associação que tem trabalho feito ao longo de vários anos seja tratada de igual forma que uma outra, que nada fez nem nada produziu. Repugna-me até que, para um semelhante evento desportivo, uma tenha recebido 7.500 euros e a outra cerca de 45.000.
Eu sei que agora está na moda a questão da nutrição. Sei que andam numa “lufa-lufa” para construir uma proposta decente. Há já quem a tenha. É só pedir…e já agora pagar, porque os melões têm de ser comprados!
Há também quem entenda que, proibir produtos na escola é suficiente. É o delírio! A educação para a saúde nas escolas é que é determinante. É só remendos…nada de profundo!
Todos sabemos, melhor, alguns sabem e outros deveriam saber que, a obesidade infantil é um problema de saúde pública há mais de 10 anos. Tal foi dito, escrito, anunciado e enunciado. Só que as autoridades de saúde e de educação sempre primaram pela ausência”! Dizer que alguém está à frente do seu tempo é sempre um argumento dos falhados…porque viram tarde demais!
Também sei que o “desporto escolar” está na moda, sem que os actuais responsáveis nada tenham feito para mudar de política. Sentados nas suas cadeiras de poder, olhando o Tejo divertem-se e vivem à custa do trabalho de associações e clubes. Quem não sabe, não pode reformar!
Dizia um jovem Pai de uma aldeia algarvia: “a minha filha tem 6 anos e sabe andar de bicicleta desde os 3”!
Precisamos de regionalizar o País. Ontem era tarde!
Um dia destes “tropecei” com um artigo escrito a duas mãos, por um ex-candidato à Câmara Municipal de Coimbra pelo PS e uma Senhora que quer ser vice-presidente numa lista liderado por um independente. Fiquei preocupado!
Então, alguém que defendeu um Metro Ligeiro de Superfície sobre carris que custava 500 milhões de euros para “andar” por Coimbra e transportar cidadãos para a Lousã e Miranda do Corvo, tratando mal quem se lhe opunha, ainda tem coragem de escrever sobre transportes?
Depois de todos aceitarem como boa a solução dos pneus, sem nenhum sinal de arrependimento, assumindo que o transporte regional é para esquecer, “colocando uma pedra mármore na regionalização”, estão avaliados!
Coimbra, governo e oposição da cidade, têm problemas graves para resolver, começando logo pelos protagonistas que apresentam… salvo raras e honrosas excepções!
Recomendo que os “primeiros” aceitem como boa uma recomendação de Joe Biden acerca de Karmala Harris; “quero levar comigo quem mais me criticou”!
É corrupto, não só quem recebe ou favorece. É-o também quem se “vende por um prato de lentilhas”.
“É bom não percebermos tudo, para sermos mais humildes”! Maria José Morgado
Daqui a 4 anos, estão convidados para reler este texto. Se ainda cá estiver, claro!