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Opinião: A paz é um mito?

04 de março às 11h17
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“A paz é um mito, ou uma qualidade dos deuses; para os homens, por toda a vida, o quadro é aquele pedaço de mármore, com os seus ímpetos, as suas fugas, os enlaces brutais, os golpes violentos e a tristeza inapagável de vencedores e vencidos, que não alcançam o repouso e sabem que terão de recomeçar o combate, como um duro destino humano”. (Agostinho da Silva, in Vida de Miguel Ângelo)

Desde que o homem existe como tal, é minha convicção, foi e sempre assim será.

Há, para quem é suficientemente inteligente como os animais – citando Sir Winston Churchill, “a grande diferença entre os humanos e os animais, é que os últimos nunca permitem que um estúpido lidere a manada” –, uma fuga, não para o indefinido ou infinito, mas para um amanhã.

Um amanhã de concórdia, mesmo dentro da discórdia!

Ver uma reportagem em que Putin dá indicações aos seus generais e eles acenam com a cabeça e dizem, sim senhor, é a demonstração inequívoca que a Rússia está perdida com tal gente!

É preciso acautelar é quem vem a seguir, porque a Rússia é um grande país, com cidadãos de excelência que não poderão ser colonizados e escravizados.

Não haverá no mundo ninguém tão insensível que não perceba também o sofrimento de muitos soldados russos atirados para uma guerra que, além de não saberem que iriam travar, não estavam preparados psicologicamente para travar.

Pais, famílias inteiras, população, estão a lutar internamente para que a guerra acabe.

Mas há mais guerras, algumas delas por engano; mas quem se enganou – e por tal a guerra continua – nunca o admitirá porque a humildade é um bem pouco valorizado e pouco querido.

Para muitos mais vale a arrogância, desejar o mal do outro como sua suprema felicidade, não percebendo que ninguém é feliz assim.

A felicidade nestes casos é efémera, porque mais tarde ou mais cedo quem assim pensa será penalizado.

Vivemos, todos, num mundo penalizado pela incerteza.

Uns, poucos, os mais poderosos pensam, pensarão, que o mal lhes passará ao lado e, mais, sofrerão quando perceberem o quão estavam enganados; outros, os mais débeis, porque já estão habituados ao sofrimento, passarão por mais uma fase menos boa; só mais uma!

O futuro será sempre de quem não vê no outro o inimigo.

Reage melhor às adversidades, percebe melhor as fragilidades do antagonista, avança decidido rumo ao objectivo traçado, e alcança-o!

O outro ficará sempre vermelho de raiva, não dorme bem, a digestão é má e gasta muito em pastilhas para a azia.

Aprende – aprenderá? – que a melhor forma de chegar a um destino nunca é seguir uma linha recta?

Espero que este exemplo, mau exemplo que vem de leste, os oriente na vida para que não sofram no futuro.

E já agora, que não façam os outros sofrer, o que será o mais importante!

Se aprenderem, se aprendermos, que “o outro é mais importante ou tão importante como nós” viverão, viveremos em paz.

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