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Opinião: A caminho de Novembro

20 de setembro às 11h21
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Cerca de 240 milhões de pessoas podem votar este ano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da América, com data marcada para terça-feira, dia 5 de Novembro de 2024. Em rigor, cada pessoa irá votar no seu Estado para que se forme o colégio eleitoral que, por sua vez, determinará o próximo presidente dos Estados Unidos da América. Este colégio eleitoral é composto por 538 votos eleitorais, distribuídos pelos 50 Estados, de acordo com a representatividade de cada um no Congresso. Feitas as contas, para ser eleito presidente, são necessários 270 votos eleitorais.
Acredita-se, no entanto, que as chaves que abrem a Casa Branca serão entregues de acordo com o resultado que se verificar em 7 Estados que, tanto Donald Trump como Kamala Harris, os candidatos, respectivamente, pelo partido republicano e democrata, podem vencer. São eles Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Todos juntos, representam 93 votos eleitorais. Em 2020, Biden arrecadou 77 e Trump 16, pois só venceu na Carolina do Norte.
Mas o número mais impressionante é o da diferença ténue entre ganhar ou perder. Em 2020, no Arizona (com uma população de 7,4 milhões de pessoas e 11 votos eleitorais), Biden ganhou por 10 mil votos! Foram uns escassos 15 mil votos que também lhe deram a vitória no Michigan (com uma população de 10 milhões de pessoas e 15 votos eleitorais). No cômputo destes 7 Estados, foram 249 mil votos, em 240 milhões possíveis a nível nacional, a ditar quem se iria sentar na sala oval. Decompondo os números, Trump perdeu para Biden por 101 mil votos nestes “swing states”.
Não é de estranhar, por isso, que os holofotes estejam virados para estes 7 Estados, especialmente depois do debate televisivo que colocou “frente a frente” os candidatos republicano e democrata. O maior destes Estados é a Pensilvânia, com 13 milhões de pessoas e 19 votos eleitorais, ganhos em 2020 por Biden com uma margem de 82 mil votos. Pois, ontem, o jornal Washington Post publicou uma sondagem realizada entre 12 e 16 de Setembro. Apesar de na média nacional Kamala ter uma vantagem de 3,6% sobre Trump, o que é certo é que na Pensilvânvia a vantagem é de somente 1% (e a margem de erro é de 3,6%).
Para os eleitores da Pensilvânia, as questões mais importantes são, por ordem decrescente: proteger a democracia americana, a economia, o crime e a segurança, os cuidados de saúde, a imigração e o aborto. De entre estes temas, Kamala “lidera” no aborto, cuidados de saúde e protecção da democracia (48% contra 45% de Trump); já Donald Trump “vence” nos temas da imigração, economia e crime e segurança (50% contra 43% de Kamala Harris).
A luta vai ser muito renhida. Foi na Pensilvânia que Trump sobreviveu à primeira tentativa de assassinato, mas foi na cidade operária de Scranton que Biden cresceu, e o que é certo é que aqui venceu em 2020. Quatro anos depois e já sem Biden ao leme dos democratas, noticiou a BBC News (em Abril deste ano) que num condado que serve de referência eleitoral – Erie – uma em cada oito pessoas é considerada “insegura em termos alimentares”, e que foi neste Estado que o preço dos produtos mais subiu (25% nos últimos 4 anos), pelo que não será de admirar que, na balança eleitoral, o custo de vida venha a ser mais pesado que o custo de proteger a democracia.

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