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Opinião: O que podemos aprender com o desenvolvimento de software?

14 de junho às 12h09
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Todos assistimos a como nos últimos anos, a tecnologia revolucionou vários setores desde o retalho à indústria, passando pela banca e serviços. Esta transformação fez com que as empresas para além de dominarem as nuances do seu setor de negócio, também tenham de se conseguir destacar no desenvolvimento tecnológico, para alcançarem o sucesso.

Para além do nascimento de gigantes como a Google ou a Apple, esta mudança representou um grande salto organizacional: por exemplo na Goldman Sachs, os engenheiros informáticos representam hoje cerca de um quarto de todos os recursos humanos, número que seria impensável nos anos 80 ou 90.

Paradoxalmente, vemos muitas outras empresas onde estas mudanças não levaram a melhorias significativas: o lançamento de novos produtos é lento ou não existe verdadeira inovação interna. E ainda é frequente ouvir gestores e CEO’s apelidarem os custos de desenvolvimento tecnológico como uma “caixa negra”…

Da observação e trabalho com startups e empresas de desenvolvimento de software, cheguei à conclusão que a chave passa por capacitar as equipas internas, limando constantemente os atritos internos e criando o ambiente propício para a inovação. Estas são algumas das práticas a seguir:

1 ) Criar uma cultura que incentiva a experimentação: permitir que as equipas experimentem, falhem e aprendam num ambiente que incentiva a segurança psicológica. As empresas de sucesso incentivam práticas de partilha de conhecimento e melhoria contínua, num ambiente onde os gestores vêm o seu papel como capacitadores e não como meros supervisionadores;

2 ) Gestão de produto focado no cliente: gerir um projeto ou o desenvolvimento de um novo produto, significa muito mais do que simplesmente cumprir os prazos e o orçamento. As empresas devem adotar metodologias ágeis como o Lean ou o Scrum, com ciclos de constantes de feedback, focados na experiência do cliente.

3 ) Foco na gestão das pessoas e do talento: com a competição internacional por recursos, em particular na engenharia, o desafio atual para todas as organizações é como atrair e reter o talento. O papel da gestão é criar as condições internas que garantam estabilidade, liberdade criativa e bem-estar. Ainda são poucas as empresas que fazem avaliações de desempenho periódicas e que dediquem tempo a aprofundar tópicos como a liderança ou a motivação.

Com estas práticas acredito que em qualquer organização podemos aliar: a velocidade de execução com o potencial criativo das equipas. Este é o segredo dos gigantes do software.

Não posso deixar passar este momento sem dedicar algumas palavras a um amigo tão inspirador como improvável: Etelvino Rodrigues. A sua despedida relembra-nos a importância dos valores humanistas, e de como cada um de nós pode ter um impacto na vida da nossa cidade e de todos os que nos rodeiam. Até sempre.

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