Memória e legado do 25 de Abril preservados em Coimbra num centro com espólio especial

Piteira Santos, Alves da Costa, Manuela Silva, Luísa Teotónio Pereira, Manuel Sertório, Judite Mendes de Abreu ou Maria de Lurdes Pintassilgo. A lista de doadores do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra (CD25A-UC) é grande e quer continuar a adicionar nomes, e documentos, ao extenso e valioso espólio preservado no n.º 138 da rua da Sofia, em Coimbra.
“Deveremos ter mais de 330 mil documentos e, felizmente, há espaço para crescer. O espólio da Dra. Judite Mendes de Abreu, só o dela, tem 280 documentos. Há documentos que têm 20 páginas, por exemplo”, contou, ao DIÁRIO AS BEIRAS, Natércia Coimbra, um rosto intrinsecamente ligado ao CD25A-UC. “Este centro foi criado de propósito para poder receber documentação de um acontecimento. Ao mesmo tempo, tinha documentação de pessoas, individual. Não era só um arquivo administrativo, igual aos outros”, contou a antiga coordenadora técnica.
Entrou no centro, de forma oficial, “em maio 1985”, recordou, mas, “em fevereiro de 1985 já estava, de alguma maneira, a colaborar”, clarificou. Ficou quase quatro décadas até decidir, em 2024 e condicionada por questões de saúde, abraçar a reforma, num ano em que o Centro celebrou 40 “primaveras” de atividade e em que se comemorou o cinquentenário do 25 de Abril de 1974. “Foram-me buscar porque era das poucas arquivistas que estava, na altura [1984/1985], na Universidade de Coimbra. Era das poucas que estava ao serviço da universidade, na altura na Faculdade de Letras. Era mais fácil ir buscar alguém que já estivesse ao serviço da UC, também por questões económicas. A juntar a isso, eu era licenciada em Direito, curso que terminei em 1978”, relembrou.
O convite partiu do professor Boaventura de Sousa Santos, primeiro presidente do CD25A-UC. “Começámos com três pessoas e tivemos boas razões de crescimento. Acho que houve aqui uma decisão muito bem tomada pela direção do centro. Houve sempre um Conselho Diretivo, nunca foi só uma pessoa a decidir. Até à saída do Dr. Boaventura tivemos sempre uma equipa, todas as decisões eram colegiais”, reiterou.
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