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E o inexplicável aconteceu…

22 de março às 13h18
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Cristina Azevedo - consultora

A imobiliária lá se explicou como previsto. Mas lá apareceu mais um imbróglio e a palavra explicação é, por agora, a palavra do ano.
Ficou o país numa situação inexplicável. Impossível de explicar, a quem quer que seja. Havendo mecanismos legais e democráticos devia o povo dar uma lição a estes senhores todos mantendo-os em funções. Uns a governar. Outros a fazer oposição. Até que se percebesse se o país ia para melhor ou para pior. Até que houvesse qualquer coisa de concreto para avaliar para além da falta de sensatez geral da classe política.
Mas os fundamentos da democracia não contemplam o estrago de um sistema que começa e acaba num ambiente rarefeito de desinformação, ego mania e precipitação. Um “baixo ostinato” que nos mói em surdina a partir dessa coisa assustadora que se chama redes sociais e que ganha uma clareza, falsa, nas televisões e nos jornais. Clareza que parece vir de gente que tem cara, falsa porque muito pouco fundamentada e acriticamente amplificada.
Talvez o papel dos jornalistas tenha mesmo de ser revisto como pilar cada vez mais importante do regime.
Portanto, com o mundo a ganhar pressão para explodir, nós por cá vamos provavelmente voltar a alterar o regime de gestão dos hospitais, a despedir a maioria das chefias da Administração há pouco empossadas, a adiar ou perder fundos comunitários, a atrasar processos de investimento em curso e a assustar de vez potenciais investidores sobretudo estrangeiros.
Nada demais.
O pior é que quando acordarmos desta brincadeira talvez já não tenhamos condições tão favoráveis para continuar. Projetos europeus como o apoio à reconstrução da Ucrânia diminuirão de forma drástica o caudal desta fonte a que pachorrentamente nos habituamos.
O choque não será bonito.
Mas fazemos isto tudo sem cerimónia. Para com os nossos filhos e netos. Porque é a eles que este país vai faltar!!

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