“Centralidade de Penela tem trazido muitos visitantes e até novos moradores”
As Festas de S. Miguel englobam vários momentos, como a Feira Agrícola e Industrial de Penela (FAGRIP), os concertos e a Feira das Nozes?
Logo no primeiro ano em que organizámos as Festas de S. Miguel, em 2022, procurámos corrigir alguns aspetos do espaço da feira, que se localiza na zona baixa da vila, para o tornar mais atrativo. Mexemos na organização do evento, ou seja, na sexta-feira e no sábado o programa é mais noturno, e no domingo, o maior evento e a atuação do maior artista acontecem durante a tarde, para permitir que as pessoas que venham à feira e que os moradores daquela zona possam descansar. Tem sido um sucesso e vamos manter o modelo. Tivemos também que reconfigurar o próprio layout da festa, porque com a maior qualidade dos artistas acabamos por ter também um maior afluxo de pessoas, que temos que acomodar em frente aos palcos.
A FAGRIP – Feira Agrícola e Industrial de Penela é inaugurada sexta-feira [amanhã] e decorre até domingo. A centenária Feira das Nozes realiza-se domingo, começa às seis da manhã, mas pode acontecer que os grossistas comprem todo o stock rapidamente. Esta feira tem sofrido com o facto de cada vez existirem menos produtores, menos pessoas na agricultura.
A par dos concertos e da FAGRIP, os visitantes têm também animação de rua e as tasquinhas?
Némanus, Diogo Piçarra e Siga a Farra são os destaques musicais das festas. Haverá sempre animação de rua, na zona das tasquinhas e do mercado, e animação infantil durante a tarde, com insufláveis, pinturas, mascotes e jogos tradicionais. As tasquinhas vão ser asseguradas por associações do concelho e haverá gastronomia regional e tradicional, mas também pratos mais exóticos, uma vez que uma das associações é PIMA – Penela Immigrants Association, que integra habitantes estrangeiros do concelho. Temos uma comunidade estrangeira significativa residente no concelho, que continua a crescer.
Tem havido um cuidado especial na escolha do cartaz musical?
Sim, e este ano também. Penela ocupa um espaço muito central, entre os distritos de Coimbra e de Leiria, estamos a uma hora e meia dos dois principais aeroportos do país, e, por força dessa centralidade, temos vindo a ser procurados por muitos visitantes e até por novos moradores. Portanto, nós também temos que conseguir criar fatores de atratividade para as pessoas nos visitarem, o que de facto tem acontecido. Estamos a receber visitas de pessoas, algumas com ligação ao concelho, outras não, que já não vinham a Penela há muitos anos.
É objetivo atrair pessoas de fora para visitarem o concelho, aproveitando essa centralidade?
Eu costumo dizer que nós, em hora de ponta, estamos mais perto de Coimbra do que quem reside em Condeixa. O tempo de deslocação é menor e com a descida dos preços das portagens verificada este ano e a isenção de portagens que vai acontecer já em janeiro, ficamos uma zona mais privilegiada.
Depois, vamos ter uma melhoria significativa dos transportes públicos, com a entrada de um novo operador na Região de Coimbra, que esperamos aconteça em breve, o que também aumenta a atratividade dos nossos territórios, com horários mais atrativos. Teremos ainda autocarros até quatro anos de idade, com climatização e localização GPS, que permitirá aos utentes perceber a quanto tempo de distância está o autocarro. Iremos também beneficiar de maior oferta de transportes públicos com a entrada em funcionamento do metro de superfície – e poderemos considerar a hipótese de termos um transporte entre o município e Miranda do Corvo, a fazer a ponte para o metro.
Pode ler a entrevista completa na edição impressa e digital do dia 26/09/2024 do DIÁRIO AS BEIRAS