AR/Censura: Primeiro-ministro acusa PS de “tacticismo e oportunismo”

O primeiro-ministro acusou hoje o PS de “taticismo e oportunismo”, considerando que quer derrubar o Governo “num processo lento de degradação e desgaste contínuos”.
Luís Montenegro anunciou hoje que o Governo avançará para a apresentação de uma moção de confiança no parlamento, na abertura da moção de censura ao executivo apresentada pelo PCP para “travar a degradação da situação nacional, 12 dias de responder a outra do Chega, com origem na situação da empresa familiar do primeiro-ministro.
“Instei os partidos políticos a declarar sem tibiezas se o Governo tem ou não condições para continuar a executar o seu programa. Os partidos mais radicais deram resposta negativa e o PS, não obstante todas as questões que suscitou terem sido esclarecidas, optou pelo taticismo e pelo oportunismo, com o propósito de aprofundar um clima de suspeição e desgastar artificialmente o Governo”, acusou.
Montenegro considerou que há partidos que assumem com lealdade que querem derrubar o Governo, como o PCP, contrapondo com o que diz ser a atitude do PS.
“O maior partido da oposição quer derrubar o primeiro-ministro e o Governo, mas não quer eleições já. Quer que o derrube corresponda a um processo lento de degradação e desgaste contínuos”, disse, acusando-o de andar “com avanços e recuos”.
O primeiro-ministro considerou que “a defesa do interesse nacional e a preservação do regular funcionamento das instituições impõem que tenhamos a coragem de não fugir à clarificação política”.
“Os portugueses não querem jogos de bastidores, não querem truques de retórica, não querem processos de degradação sujos e lentos”, considerou.
Montenegro defendeu que “o contexto é grave e o clima de incerteza e instabilidade internacionais exigem estabilidade política e sentido de responsabilidade”, mas “estabilidade política efetiva e não apenas retórica para encobrir manobras táticas”.
O primeiro-ministro defendeu que “não pode persistir dúvida quanto ao Governo dispor ou não de condições para continuar a executar o seu programa” e que este “é o momento” para a clarificação política.
“Seria inaceitável, porque contrário ao interesse nacional, que um partido político reiteradamente inviabilizasse noções de censura e depois continuasse a alimentar um clima de suspeição. E que o fizesse com a intenção declarada de contaminar o ambiente político com o último e único fito de desgastar o Governo e o Primeiro-Ministro”, disse, em mais um recado dirigido ao PS.
O primeiro-ministro sublinhou que o Governo minoritário do PSD/CDS-PP dispõe de um Orçamento do Estado aprovado e está a concretizar o Plano de Recuperação e Resiliência.
“Não podemos brincar com o país e não podemos brincar com a vida dos portugueses”, defendeu, considerando que “os portugueses não percebem tanta agitação política.
Montenegro voltou a defender que, no caso da empresa familiar Spinumviva, levou “a transparência onde nunca ninguém a tinha levado antes”.
Depois, e uma vez que a moção de censura do Governo tem por objeto a política do Governo, o primeiro-ministro destacou os acordos conseguidos de valorização de algumas carreiras, “o desemprego em níveis historicamente baixos”, o aumento das pensões e do complemento solidário para idosos ou a descida dos impostos, em especial para os jovens.
“Tudo aponta para termos fechado o ano de 2024 com um crescimento económico melhor do que o esperado e com o melhor desempenho em cadeia da União Europeia no quarto trimestre. Tivemos um superavite orçamental em 2024 e a execução deste ano também começou bem, estando mesmo a diminuir as dívidas a fornecedores. As agências internacionais continuam a melhorar o ranking da República”, salientou.
Em resumo, Montenegro defendeu que “Portugal é hoje um país cheio de oportunidades e é hoje um país a olhar com muito otimismo” e que, em 11 meses, o Governo conquistou estabilidade política e consolidou a estabilidade económica e financeira.
O primeiro-ministro disse ter a noção de que “as pessoas em casa estão incrédulas” com a possibilidade de novas eleições, já que a aprovação de uma moção de confiança implica a demissão do Governo : “No momento da clarificação, cada um assumirá a sua responsabilidade, avisou.