Opinião – Os maluquinhos de Arroios

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Estamos em 2019 e todo o imenso Portugal foi ocupado pela geringonça. Mesmo os democratas-cristãos da pequena aldeia entre a Alameda e os Anjos onde habitam os irredutíveis de Arroios, decidiram este ano entregar-se aos invasores. Que grandes malucos, estes de Arroios! Para eles, o próximo dia 17 de Maio é dia de celebrar a freguesia como sendo um local de todos e para todos, um lugar de inclusão. Por isso, propuseram que o dia de luta internacional contra a homofobia e a transexualidade fosse assinalado com a colocação de passadeiras arco-íris na Avenida Almirante Reis em frente dos sinais luminosos para passagem de peões junto aos números 1 e 13, para onde certamente se deslocarão depois de assistirem ao hastear da bandeira do arco-íris na varanda do Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa.
Depois de em 2001, o CDS ter votado contra as uniões de facto, naquela que foi a primeira grande vitória do movimento LGBT em Portugal. Depois de o mesmo CDS ter votado contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, corria o ano 2010. E ainda de se ter oposto à adopção de crianças por casais homossexuais em união de facto e por casados com cônjuges do mesmo sexo, eis que, em Arroios, o CDS defende, e cito, “o apoio para o respeito dos direitos dos homossexuais e de lésbicas de todo o Mundo”. É caso para perguntar: quais direitos? O direito de cruzar a estrada numa passadeira arco-íris ou os direitos efectivamente reivindicados pela comunidade LGBT?
Depois do incidente Robles, eis o CDS de Arroios a resvalar para o populismo, mera falta de vergonha ou irresponsabilidade política. Pode ser tudo junto, ou mera exaustão social. Certamente fartos de se sentirem excluídos, decidiram este ano juntar-se às festividades. Hão-de fazer como alguns vegetarianos que nesse dia poderiam abeirar-se da cervejaria Portugália e pedir um bife à casa. É só hoje, ninguém leva a mal, dirão eles.

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