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Universidade de Coimbra cria novo sistema de remoção de lamas

05 de junho às 10h16
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Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu um sistema de remoção de lamas que utiliza biofloculantes de menor impacto ambiental.

“Desenvolvemos um processo de tratamento de água no qual substituímos a acrilamida por um polímero biológico, garantindo uma maior eficiência de remoção de partículas e uma menor toxicidade e impacto ambiental, comparativamente aos produtos floculantes utilizados atualmente”, explicou Paula Morais, docente do Departamento Ciências da Vida (DCV) e responsável pelo grupo de Microbiologia, citada em nota de imprensa enviada pela FCTUC à agência Lusa.

De acordo com a também investigadora do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE), este biopolímero não é tóxico para a água, nem para o resíduo, “um fator muito importante”, uma vez que este é reutilizado para produzir outros materiais, no âmbito do projeto.

“Este sistema foi testado em escala piloto e demonstrámos que o polímero resultava perfeitamente neste processo, estando até já patenteado”, revelou.

Segundo a FCTUC, o projeto DUST + visava desenvolver compósitos à base de pó de pedra proveniente das lamas residuais que resultam do processamento da pedra calcária incorporando ligantes hidráulicos ou poliméricos.

Deste projeto resultaram, além do floculante biológico, materiais compósitos/pastas com base na incorporação de pó resultante das lamas do processamento da pedra calcária e criação de “produtos inovadores”, nomeadamente peças em pedra natural, utilizando os materiais compósitos/pastas desenvolvidos, tendo como base a tecnologia a impressão 3D, além de ter sido possível demonstrar que existe “um elevado índice de circularidade dos novos produtos por via da incorporação de resíduos das lamas de pó de pedra calcária”, completou a Faculdade.

“Neste momento, estamos a avaliar a relevância financeira de produção para substituir a acrilamida pelo biopolímero e acreditamos que pode ser muito interessante colocarmos este novo sistema no mercado, uma vez que pode abrir portas para tratar diferentes tipos de tratamento de águas”, considerou Paula Morais.

“Se é relevante para flocular partículas vindas do corte de pedra, é relevante para flocular outro tipo de materiais”, acrescentou.

“Para garantir o sucesso do projeto, foi definido um consórcio multidisciplinar com valências complementares nas áreas chave de inovação composto pela Universidade de Coimbra, SOLANCIS – Sociedade Exploradora de Pedreiras SA, CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes e Itecons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade”, esclareceu a FCTUC.

Autoria de:

Agência Lusa

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