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Seguro não quer “país de pés de barro” e pede soluções para falhas na saúde

03 de novembro às 20 h10
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Fotografia: DR

 O candidato presidencial António José Seguro considerou hoje que Portugal não se pode transformar num “país de pés de barro” e rejeitou que se considerem normais as falhas na saúde, defendendo que sejam atacadas “as causas dos problemas”.

Em declarações à agência Lusa a propósito do dia de campanha que dedicou hoje à comunidade portuguesa em Bruxelas, Seguro foi questionado sobre os desenvolvimentos quanto ao caso da morte da grávida no Hospital Amadora Sintra, recusando comentar a parte da polémica e o debate entre Governo e partidos.

“A outra parte é de uma enorme gravidade. Nós temos tido nos últimos meses notícias trágicas e situações que são completamente anormais, mas que parece que estão a criar uma nova normalidade”, criticou.

Na perspetiva do candidato presidencial, “é preciso parar de fingir e não esconder o sol com a peneira” porque “há falhas no Serviço Nacional de Saúde que precisam de ser corrigidas e depois há equipamentos que não funcionam”.

“Hoje vi uma notícia que, se a ser verdade, de um helicóptero que estava no Algarve e que mesmo que as condições meteorológicas fossem favoráveis, não podia levantar o voo. Ora, isto é uma coisa inaceitável, isto é o típico de um país de pés de barro e nós não podemos transformar-nos num país de pés de barro”, condenou.

Para Seguro é preciso “atacar as causas dos problemas e não os sintomas dos problemas”.

“Temos que passar para lá da espuma do dia-a-dia e encontrar soluções duradouras. É por isso que eu há mais de um ano ando a falar num pacto para a saúde, mas não é um pacto de conversa fiada”, reiterou.

Este pacto, de acordo com o candidato presidencial apoiado pelo PS, passaria por “medidas muito concretas, muito claras e muito objetivas com financiamento para poder ser concretizado”.

“E que se traduza, no final, num melhor acesso dos portugueses aos cuidados de saúde”, explicou, considerando que “chega de palavras” e que “é preciso ações”.

Sobre esta volta que tem feito junto da diáspora e que já o levou à Suíça, a França e na terça-feira chegará à Bélgica, Seguro defendeu que “onde está um português, está Portugal”.

“Não podemos tratar os portugueses conforme estão dentro de Portugal ou estão fora de Portugal. Infelizmente, há muitas situações de discriminação e de obstáculos que ainda fazem com que tenhamos portugueses de segunda e portugueses de primeira”, condenou.

Problemas para fazer pagamentos ao Estado, na marcação à distância de consultas ou mesmo na renovação dos documentos são alguns dos relatos que tem ouvido nestes encontros e que “atrapalham a vida das pessoas”.

“Esta é uma mensagem que eu tenho deixado às pessoas: o Estado tem que funcionar para que as pessoas que precisam de tratar assuntos tão simples o possam fazer como se faz em Portugal. Isto não custa dinheiro, é uma questão de sensibilidade e de encontrar aqui as soluções”, defendeu.

Quanto às gerações mais jovens, o antigo líder do PS disse que lhe têm transmitido que querem “uma economia que seja competitiva” para que, sendo “mais produtiva”, possa gerar melhores salários e os emigrantes tenham “oportunidades de regressar a Portugal”.

Sobre estas eleições, Seguro apontou para o problema “da dualidade de votar por correspondência para as legislativas e a necessidade de votar presencialmente para as presidenciais”, dando como exemplo emigrantes que, em Paris, “têm que andar centenas de quilómetros para ir votar e depois estão horas e horas e horas nas filas”.

“Há uma reivindicação muito grande de que se possa utilizar o voto eletrônico ou então outras formas mais expeditas que aumentem a participação dos eleitores. (…) Eu situo-me ao nível do princípio que é: temos que incentivar o voto e criar um mecanismo que seja igual para uma eleição e para outra e não haver aqui dois mecanismos”, enfatizou, considerando que a solução a adotar deverá ser decisão da administração eleitoral.

Autoria de:

Agência Lusa

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