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Queima das Fitas de Coimbra. Festa dos Estudantes… Festa da Cidade…

31 de maio às 11h54
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As tradições, sejam elas quais forem, serão sempre uma ponte entre o passado e o futuro, ponte importante de aproximação das nossas vidas, porquanto colaboram para que tenhamos uma consciência colectiva da nossa História, das nossas raízes, enquanto despertam o interesse colectivo para vivermos dentro da nossa Cultura. Em qualquer lugar, em qualquer ambiente de trabalho, existem pessoas diferentes, de diferentes culturas e tradições. É a aproximação ou mistura dessas culturas e dessas tradições que aumenta a produtividade, estimula o trabalho colectivo, incentiva e potencializa a inovação. É, no entanto, necessário cultivar o respeito por essas culturas e tradições e é papel dos líderes cuidar desse respeito para que as respectivas manifestações sejam devidamente valorizadas e respeitadas.
Por isso, e em nosso entender, é fundamental manter vivas as tradições, para que as actuais e futuras gerações tenham o prazer de conhecer os costumes, a folia, a história e a cultura de qualquer Região a que pertençamos. Para que a nossa cultura se conserve evoluindo!
“Coimbra dos Amores” está a celebrar a ”Queima das Fitas 2024”… Tradição dos estudantes da Universidade de Coimbra que há 125 anos, com a celebração do “Centenário da Sebenta”, se abriu à cidade com festejos que foram ocupando cada vez mais dias…
“Festa-Tradição Coimbrã” que, como é natural pois o tempo não perdoa, foi modificando o seu figurino, numa evolução que uns criticam (por exemplo, a mudança do dia da “Benção das Pastas” e do dia do “Cortejo”) e que outros celebram (por exemplo, a abertura aos estudantes de todas as Instituições do Ensino Superior de Coimbra e não apenas da Universidade). E se se esqueceu que era lógico que a “Benção das Pastas” precedesse a “Queima das Fitas” (pois a “Queima” marcava a emancipação da praxe, para os caloiros, e o fim das aulas, para os “quartanistas” – então, do Direito e de Teologia), ou parece querer esquecer-se que, sendo as serenatas uma manifestação estudantil de amor, a “Queima” obrigatoriamente tem de abrir com a “Serenata Monumental”!…
Ora, este ano, chegou a ser noticiado o cancelamento da Serenata Monumental!… Porque obras de restauro na Alta Coimbrã, incluindo a área circundante da Sé Velha, impediram que a Serenata então aí não fosse possível e tivesse ocorrido noutros locais, agora, com as obras concluídas, as “Autoridades” deram parecer negativo à sua realização na Sé Velha. A Comissão Organizadora da Queima das Fitas ainda tentou propor as alternativas dos anos anteriores, mas tal não agradou à Secção de Fados que recusou peremptoriamente tal solução. E vá de ser noticiado que este ano não haveria Serenata Monumental!… Só quem não sabe o que são os estudantes de Coimbra e a sua tradição acha que é possível pôr em causa a sua força e o seu orgulho no Fado de Coimbra e nas Serenatas, tradições que remontam já, pelo menos, à segunda metade do século XIX.
Quando um diálogo sereno teria sido possível, deixaram esticar-se as cordas por todo o lado e até a Comunicação Social viria a mostrar-se tendenciosa.
Esqueceram-se que “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não”. E pouco depois da meia-noite, com a Sé Velha a transbordar de estudantes, já se cantava o Fado de Coimbra. Já havia Serenata Monumental!..

Autoria de:

Maria Helena Teixeira

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