Opinião: “Os cuidados de saúde personalizados e os serviços de urgência”
Ao longo dos anos muito se tem debatido a problemática do acesso aos Serviços de Urgência.
Muitas comissões foram criadas, muitos estudos realizados e até legislação foi produzida, mas o problema mantém-se.
A porta de entrada no SNS tem de sero cuidados de Saúde Personalizados (Centro de Saúde), para isso é necessário dotar os Centros de saúde de pessoal em numero suficiente para se constituírem Equipas capazes de dar resposta à procura de cuidados de saúde urgentes que possam permitir uma resposta em prazo razoável, se possível nas primeiras 12 horas.
Ao longo dos anos foi sendo criada uma cultura hospitalocêntrica quando deveriam ter sido promovidos e valorizados os cuidados de Saúde Personalizados.
Há que realizar campanhas de informação e educação para que os doentes saibam a forma de abordar o SNS nas situações urgentes, recorrendo antes de mais aos Centros de Saúde e aos serviços de Telemedicina como é exemplo a Saúde 24.
Os Centros de Saúde têm de ser dotados de equipamento e meios de diagnóstico que permitam uma atuação adequada dos profissionais e que transmitam ao doente a confiança necessária, evitando o recurso às Urgências Hospitalares pelos doentes que podem observados e tratados com outros meios.
Há necessidade de fixar os profissionais no SNS nomeadamente nos Centros de Saúde, valorizando devidamente as carreiras, promovendo a formação permanente e acabando com tarefas burocráticas que consomem tempo e dinheiro, desviando os recursos necessários à promoção da Saúde.
Os profissionais devem ser valorizados e deve evitar-se muitas atitudes que frequentemente se vêem.
A cidade de Coimbra não tem sido ao longo dos anos exemplo nesta situação apesar de ser a Capital da Saúde.
Em Coimbra tem faltado um verdadeiro Serviço de Atendimento Permanente que esteja localizado num Centro de Saúde com Equipas e meios adequados para atendimento ao longo das 24 horas e que mereça a confiança das populações.
Todos esperamos que o novo Governo agora empossado possa tomar decisões na Área da Saúde que garantam o funcionamento do SNS privilegiando o Serviço Publico Universal e tendencialmente gratuito.
(Pode ler a opinião na edição impressa e digital)