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Opinião: Tolerância zero?

21 de janeiro às 10 h21
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Portugal é hoje um país visivelmente mais radicalizado, revelando os portugueses níveis de intolerância para com toda a comunidade expatriada que não se compadecem com a nossa própria história, esquecendo que durante décadas emigrámos para os quatro continentes almejando melhores condições de vida, e negligenciando responsabilizar quem ao longo dos anos teve a responsabilidade pelas políticas de imigração.

Urgindo que se criem regras a um acolhimento digno a quem nos escolhe na anela de uma nova vida, importa questionar todos os que destilam repudio pelos imigrantes sobre o que pensam dos nossos. E se todos os nossos que de cá emigraram fossem recambiados para Portugal? Ou se sobre os nossos testemunhássemos pairar uma constante desconfiança, lânguida, quase sempre enganosa, por quem se julga superior na sua tremenda pequenez?

No já habitual vazio de preceitos políticos que nos permitam alicerçar a sociedade em respeito pela dignidade, os portugueses contribuem desmemoriando a sua própria sustentabilidade social e económica, ignorando relevantes contributos para a segurança social e descurando a colmatação de labores essenciais ao quotidiano, que a soberba e a vergonha nos impelem a não aceitar.

Quando à política se deveria exigir comedimento, os extremos atropelam-se na mesquinhez do sensacionalismo. À esquerda, zero. À direita, nada. Apenas restando o vazio do populismo, estéril, asqueroso, que tem como culminância o ignóbil aproveitamento do trabalho realizado pelas forças policiais e, pasme-se, subscrito por muitos com máxima responsabilidade. Despudor no seu extremo.

Estabeleçam-se regras sólidas, criem-se condições, e não se culpabilizem aqueles a quem voluntariamente abrimos as “portas de casa” agora insinuando não ter “convidado”.

Autoria de:

José Alexandre Cunha

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