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Opinião: Na floresta, o camuflado também deve funcionar

15 de julho às 12h51
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Acotovelam-se nos media os artigos de opinião e as adjetivações sobre o Vice-Almirante Gouveia e Melo. Muito bem, concordo, mas não fico especialmente surpreendido. Fico é especialmente admirado quando muitos cidadãos só agora compreendem de que natureza se fazem os militares deste país e a instituição que os instruiu para os tempos de guerra e paz.
Filho, neto paterno, neto materno e ainda genro de militar, passei muitos momentos da minha infância e juventude nos quarteis desta e de outras cidades. Conheço bem, a instituição militar em todas as suas dimensões, incluindo aquela angustiante sensação de ver o pai partir para a guerra e aquela indiscritível sensação de o ver regressar, mesmo debilitado.
Por tal motivo não me emociono ao ver um homem, ou uma mulher militar, a cumprir a missão que lhe foi confiada. Foram educados superiormente e/ou formados intensamente para defender Portugal e os Portugueses, acima de qualquer idiossincrasia que não seja servir.
A adoção da farda de combate pelo Vice-Almirante, espelha a profunda vontade de criar uma imagem, junto dos portugueses, de que estamos realmente numa guerra de saúde pública e que, parte importante da liça se faz criando as condições para uma vacinação massiva, sendo esta uma das maiores batalhas no combate à pandemia.
O meu muito obrigado. Desconfio que será medalhado por serviços distintos e agraciado com uma comenda. Faz parte. Assim sendo, aqui estarei para lhe agradecer, mais uma vez, a si e à instituição que o formou, pelos serviços prestados.
A visibilidade da instituição militar no desempenho desta hercúlea tarefa, fez-me refletir se não seria interessante o poder político pensar seriamente em articular substantivamente, a gestão da floresta, senso lato, com a instituição militar até, por exemplo, à conclusão das reformas em curso ou de outras que são tão necessárias e inadiáveis.
Como se tem presenciado e sentido, a instituição militar tem os Homens e as Mulheres, os meios técnicos e tecnológicos, a inteligência, a visão e o espírito de missão que devemos aproveitar para esta outra tarefa: a gestão da floresta enquanto o ecossistema terrestre com maior capacidade de sequestro de carbono; missão de todos nós e decisiva no futuro deste país e das gerações atuais e futuras.

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