Opinião: Homenagem e celebração
Amanhã (quinta-feira, dia 31 ), pelas 16 horas, decorrerá no edifício central do Coimbra i-Parque, uma homenagem póstuma ao Professor Agostinho Almeida Santos, com a atribuição do seu nome ao auditório daquele edifício.
Trata-se de uma homenagem justíssima, já que a concretização deste Parque de Ciência e Tecnologia de Coimbra fica a dever-se, em boa parte, ao trabalho, ao entusiasmo, à persistência e à visão deste antigo estudante de Coimbra, ilustre médico e Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que nos deixou em Julho de 2018.
Foi ele, enquanto Presidente do Conselho de Administração da Agência de Desenvolvimento Regional Coimbra Vita, que liderou a pequena equipa envolvida no complexo processo tendente à concretização do i-Parque.
Visitaram-se estruturas análogas noutros países, para ver quais os modelos mais adequados ao que se pretendia para Coimbra. Estimulou-se o registo cadastral na zona de Antanhol prevista para implantação do parque tecnológico, promoveu-se o levantamento topográfico aéreo e entregou-se a elaboração do projecto ao Arq. Vasco Cunha – também ele membro da Administração da CoimbraVita (e, como todos os outros, não remunerado). Simultaneamente fizeram-se reuniões com a população da zona, para apresentação do projecto e esclarecimento de todas as dúvidas; e muitas outras reuniões com potenciais investidores, com o objectivo de captar empresas e instituições para ali se instalarem.
Tudo isto foi feito desinteressadamente, por cidadania pura e vontade de ver Coimbra progredir. E em tudo isto, insisto, foi decisiva a capacidade de organização e de liderança, o entusiasmo contagiante e a visão de futuro de Agostinho Almeida Santos, que se envolveu apaixonadamente neste e em vários outros projectos em prol de Coimbra e da sua Região, roubando muito tempo à sua vida pessoal, profissional e familiar.
Por tudo isto, é de inteira justiça que o nome de Agostinho Almeida Santos fique perpetuado no coração de uma obra que tanto lhe deve.
Dia do antigo estudante
Na próxima segunda-feira comemora-se o “Dia do Antigo Estudante de Coimbra”.
A escolha de 4 de Abril deve-se ao facto de ter sido nesse dia que, em 1954, um pequeno grupo de estudantes protagonizou o episódio de ocupação de instalações, que ficou conhecido como “Tomada da Bastilha II”. Tal como a primeira “Tomada da Bastilha” (que aconteceu em 25 de Novembro de 1920 ), estes estudantes reivindicavam mais e melhor espaço para a Associação Académica de Coimbra.
E a verdade é que a ousadia desses estudantes foi bem sucedida, já que, na sequência do seu gesto de rebeldia, o Governo de Salazar reconheceu-lhes razão e decidiu avançar com a construção do grande edifício sede da AAC, incluindo também o Teatro Académico de Gil Vicente.
A efeméride será assinalada na próxima segunda-feira com uma sessão, pelas 15 horas, no auditório do Student Hub (na antiga Faculdade de Medicina), promovida em conjunto pela Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, pela Associação Académica de Coimbra e pelo Conselho de Veteranos. De realçar que, durante a cerimónia, a evocação deste episódio será feita por um dos seus protagonistas: o Professor Polybio Serra e Silva, Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que relatará o que sucedeu há 68 anos nessa audaciosa acção estudantil em que ele participou. Haverá um momento musical, a cargo da Secção de Fado da AAC, e será inaugurada uma exposição que marca o início da “Semana da Capa e Batina”, promovida pelo Conselho de Veteranos.
Depois desta sessão será feita a apresentação do livro “Os Lysíadas – Epopeia dos LyS.O.S. – Uma República de Coimbra no Porto”. Trata-se de uma obra da autoria de José Veloso, antigo estudante de Coimbra que no Porto foi fundador de uma República semelhante às coimbrãs.
O programa deste “Dia do Antigo Estudante” termina com um jantar de confraternização no Instituto Justiça e Paz, devendo os interessados inscrever-se junto da AAEC ou através do telefone 916 867 216.