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Opinião: As reformas do Serviço Nacional de Saúde (SNS)

03 de julho às 10h45
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O Serviço Nacional de Saúde (SNS) apresenta cada vez maiores dificuldades em cumprir a sua função de prestar cuidados universais e tendencialmente gratuitos a toda a população Portuguesa.

No ano passado foi implementada uma nova reforma com a criação das Unidades Locais de Saúde (ULS) que acarretou o desmantelamento das Administrações Regionais de Saúde (ARS).

Até agora não se consegue vislumbrar que esta reforma tenha trazido maior satisfação às expectativas da população.

Temos assistido a uma proliferação de comissões, nas Unidades Locais de Saúde (ULS), para estudar opções, com o consequente aumento de custos diretos e indiretos, muitas vezes para situações que estavam perfeitamente consolidadas, no funcionamento das Administrações Regionais de Saúde (ARS)

Numa recente avaliação da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) verifica-se que os tempos de espera para as consultas de especialidade continuam muito longe dos objetivos e que em especialidades fundamentais como a Oncologia e a Cardiologia, os tempos de espera são absurdamente longos.

Logo em duas especialidades das mais importantes, a Oncologia pelas situações clínicas de grande sofrimento e as duas por serem dedicadas a casos clínicos de alto risco para os cidadãos, sendo mesmo nestas áreas clínicas que se encontram os maiores motivos de mortalidade em Portugal.

O novo Governo, através da ministra da saúde enfrenta, portanto, um sério problema para repor em funcionamento o SNS que se encontra muito próximo do caos em muitos serviços e especialidades, obrigando cada vez mais cidadãos a recorrer a outras alternativas, apenas possíveis para as pessoas que dispõe de meios financeiros para o conseguir.

Aproximamo-nos, portanto, de uma situação em que com grande probabilidade iremos verificar que as Unidades Locais de Saúde não cumprem minimamente com os objetivos que lhe foram traçados.

Em muitos casos, como é o caso de Coimbra, um gigante com milhares de funcionários que não facilita de forma alguma a organização e eficácia da prestação dos cuidados de saúde que se querem de proximidade e com cumprimento dos tempos mínimos garantidos (TMG) para marcação de consultas, cirurgias e outros tratamentos.

A ministra da saúde enfrenta sérios dificuldades pelos mais diversos motivos, mas seguramente que o maior problema do Serviço Nacional de Saúde é a sua organização e obter o compromisso dos seus profissionais com os seus objetivos.

Ainda que seja necessário proceder a renumerações adequadas ao esforço dos profissionais, eventualmente com renumeração por objetivos, desde que haja a garantia de funcionamento eficaz e atendimento rápido e competente.

Tenhamos, portanto, esperança em que o espirito reformista do novo Governo consiga ir ao encontro das expectativas dos cidadãos.

Autoria de:

Raúl Garcia

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