Opinião: 2025 – Ano Internacional da Quântica
No passado dia 7 de Junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quânticas.
Para além de celebrar os 100 anos do desenvolvimento da mecânica matricial quântica por Heisenberg ( princípio da incerteza), com esta declaração procura incentivar tanto as instituições de investigação e educação como a classe dos artistas, para irem além da informação sobre as tecnologias e avanços na área da física quântica, mas, simultaneamente, criarem as narrativas e poéticas que possam ajudar a compreender e desenvolver o conceito por todos.
Efetivamente, os avanços na chamada segunda geração quântica estão já a fazer a sua incorporação em objetos e serviços do quotidiano, colocando alguma urgência para a qualificação e capacitação da futura força de trabalho quântica, capaz de operar nas fronteiras da Fileira Industrial Quântica em domínios como a saúde e bem estar, redução de desigualdades, infraestruturas, crescimento económico, energia e ação climática.
A nível geopolítico, o legislador internacional começa a estabelecer normativas macro prudenciais que regulam as exportações de materiais, tecnologias e sistemas quânticos capazes de operar acima de 34 “qubits” (O “qubit” ou bit quântico, é uma unidade de informação quântica por analogia com o “bit” da computação clássica ).
Em Portugal, algumas iniciativas começam a emergir na área Quântica como a instalação do cabo de cibersegurança quântica da Margem Sul com 23 Km e que utiliza Tecnologia de Distribuição de Chaves Quânticas (QKD – Quantum Key Distribution), o programa de Talentos do PQI ( Portuguese Quantum Institute) e o curso de Computação e Tecnologias Quânticas, numa parceria entre a Universidade, CM Coimbra e IBM/Softinsa com vista a formação de quadros e a criação de condições para a implementação de um Centro de Inovação Quântica.