Homens que mataram adepto do FC Porto condenados a penas entre 18 e 20 anos de prisão
Os homens que mataram um adepto junto ao Estádio do Dragão, no Porto, durante os festejos do título em maio de 2022 foram hoje condenados a penas de prisão entre os 18 e 20 anos.
As penas mais gravosas foram para Marco Gonçalves, conhecido como ‘Orelhas’, que foi condenado a 18 anos, para Renato Gonçalves, filho deste, condenado a 20 anos, e Paulo Cardoso (cunhado e tio deste, respetivamente), condenado a 18 anos.
Nas alegações finais, o Ministério Público (MP) tinha pedido pena máxima para estes três arguidos, salientando a natureza “vil e mesquinha” do ataque e a sua falta de “pingo de remorsos”.
O coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto, condenou ainda estes três arguidos ao pagamento de uma indemnização de 165 mil euros à mãe da vítima mortal, Igor Silva, que à data do crime tinha 26 anos.
Os outros quatro arguidos, que estavam igualmente acusados de matar o adepto, foram absolvidos.
Durante a leitura da sentença, que durou mais de uma hora, a magistrada frisou a forma “traiçoeira e violenta” com que foi morto Igor Silva.
Além disso, a presidente do coletivo de juízes destacou ainda o facto da vítima mortal ter sido surpreendida, atacada pelas costas e em circunstância de festa, algo “altamente censurável”.
“Tudo isto foi muito mau e dá uma imagem de insegurança às pessoas. Estamos na Queima das Fitas e vejo pessoas com medo de deixar os filhos sair à noite, por exemplo, e isso é muito mau”, disse.
A magistrada considerou que estes três arguidos “não souberam resfriar os seus impulsos, agindo por vingança e numa escalada de violência movida por desavenças familiares”.
A juíza, lembrando que Igor Silva morreu na sequência de 18 facadas, explicou que para condenar os arguidos se baseou no depoimento de algumas testemunhas que permitiu colocar e excluir do local do crime, que aconteceu a 08 de maio de 2022, cerca das 02:00, alguns dos envolvidos no processo, nas imagens de videovigilância e nas peças de roupa recolhidas.
Além destes sete arguidos que estavam acusados de homicídio qualificado, três dos quais foram agora condenados, o processo envolvia mais cinco pessoas, três acusadas de ofensas à integridade física, uma de detenção de arma proibida e outra de coação.
Das três arguidas, uma – a mulher de Marco `Orelhas´ – foi condenada a um ano e oito meses de prisão, suspensa na sua execução, e as outras duas – uma das quais filha desta e do Marco `Orelhas´, foram condenadas a um ano, igualmente suspensa na sua execução.
Estas três mulheres ficaram ainda obrigadas a pagar uma indemnização de 12 mil euros à mulher que agrediram.
Os outros dois arguidos foram condenados a uma pena de multa de 1.440 euros.
À saída do tribunal, o advogado da mãe do Igor Silva, considerou ter sido feita “parcialmente justiça”, tendo a expectativa de que a pena ficasse mais perto dos 25 anos.