Folclore e gastronomia compensam escassez de ceboleiros na feira
O certame é muito mais do que comércio de cebolas. Há um programa de animação popular e gastronomia ao jantar, com várias tasquinhas e mesas corridas em pleno Terreiro da Erva
Ramiro, António e Mário (todos reformados) são os três vendendores resistentes da Feira das Cebolas de Coimbra, que se realiza há quase quatro décadas, em agosto, na Baixa de Coimbra.
“Já fomos 35 produtores, mas isso já foi há muitos anos. Depois o número veio sempre a baixar, à medida que foram abrindo mais supermercados”, descreve Ramiro Barradas, um dos grande dinamizadores do certame, presente desde o início.
Tal como os restantes dois produtores de cebolas presentes, é ele que prepara as réstias de cebolas, obtidas através de tranças feitas com bunho ou espadana, ervas do rio que são apanhadas e secas na região de Cernache, freguesia de Coimbra, onde tem origem o Grupo Folclórico “Os Camponeses” de Vila Nova, organizador do evento.
Com preços de cada réstia de 25 cebolas a variar entre dois e 15 euros cada, Ramiro tem a certeza que vão ser vendidas todas as centenas de réstias (dos três ceboleiros) até ao final da feira, que será no próximo fim de semana, “até porque os clientes sabe bem da qualidade e a origem do que compram aqui” .
Mas o certame é muito mais do que comércio de cebolas. Há um programa de animação popular e gastronomia ao jantar, com várias tasquinhas e mesas corridas em pleno Terreiro da Erva.Os três agricultores não aprovam a transferência do espaço da Praça do Comércio (onde, tradicionalmente, sempre se realizou), para o Terreiro da Erva, “porque há muito menos movimento de pessoas e está fora do circuito turístico”, mas as diversas iniciativas de animação cultural do município na Praça do Comércio assim o ditaram.
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