Coimbra: Um coro de mulheres “onde a vida acontece plena”

Foram quatro dias de “peito escancarado”, como escreveu Cátia Oliveira (a Garota Não), a propósito da sua residência artística, na semana passada, com o Coro das Mulheres da Fábrica. Quatro dias que culminaram, no sábado (dia 13), num concerto conjunto que levou uma multidão à Praça do Comércio.
Ontem, numa publicação na sua página oficial, a Garota Não destacou o “lugar mágico” que aquelas mulheres criaram com este coro, “onde a vida acontece plena, com risos, caras lavadas em lágrimas, abraços, graças e assuntos sérios. “
“Aqui fala-se de economia, mezinhas para a voz, tecidos, política, filhos, sentimentos. Bebe-se vinho, come-se fruta, acolhem-se duras histórias de vida, canta-se a alegria e o que não pode ser calado, faz-se um verdadeiro serviço público”, escreveu a artista.
Cátia Oliveira frisou ainda que, durante a residência artística, “e entre exigentes compromissos de casa, família e trabalho”, aquelas mulheres deram-lhe “a sua terça, quarta, quinta e sexta-feira, para que no sábado” pudessem entregar o “Manifesto Manifesta” a quem esteve na Praça do Comércio.
A iniciativa esteve integrada no ma programação cultural do Verão a Dois Tempos * Epicentro, evento promovido pela Câmara Municipal de Coimbra e pela Blue House, que está a ocupar a cidade até setembro.
O coro junta cerca de 60 mulheres que se encontram todas as semanas no espaço cultural Atelier A Fábrica. Foi criado em outubro de 2020 Vânia Couto, atriz e cantora.
“Preciso deixar um abraço maior à Vânia Couto que, no seu desassossego, compromisso com o outro e generosidade infinitas, soube sonhar um Coro onde cabem as velhas, as magras, as felizes, as que estão sempre a tropeçar, as que enchem as camisas de nódoas e todas as desafinadas do mundo. Foi uma grande prenda ter entrado na vossa fábrica”, escreveu a compositora.