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Carlos “Pirilau” faleceu com 62 anos

13 de dezembro às 19h02
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FOTO QUESTÕES NACIONAIS

O “Pirilau”, conhecida figura da vida conimbricense, faleceu recentemente com 62 anos. Carlos Alberto Martins Freire morava no Bairro da Conchada e vai a sepultar amanhã, pelas 15H00, no Cemitério Municipal da Conchada.

Segundo o blogue “Questões Nacionais”, o cognome “Pirilau” remonta a 1965. Segundo Carlos Freire, “fui apanhado pela polícia a tomar banho nu no lago dos patos, em frente aos antigos Bombeiros Sapadores, na Avenida Sá da Bandeira. Então os agentes levaram-me para a esquadra conforme me apanharam e sem a preocupação de me mandarem vestir. A partir daí, para todos os efeitos, na vida privada e artística, deu à luz o “Pirilau””.

Nascido em 1959, o Carlos “Pirilau” nunca aprendeu a ler e a vida boémia levou-o a tornar-se “companheiro de um grupo famoso na cidade, constituído pelo Adelino Paixão, o Carlitos “pipi” –ou “popó”-, o Daniel “tatonas” e o “Taxeira“”.

Nos anos 70, esteve a trabalhar nas construções do hospital novo, os HUC, e na autoestrada, a A1. No início da década de 80, e conforme conta ao blogue “Questões Nacionais”, “a minha vida levou um abanão de 180 graus e que nunca mais recuperei. Vou contar-lhe. Nós já morávamos na Conchada, então havia lá um homem, o senhor Artur, que me tratava bem, falava comigo todos os dias. Dava-me atenção –você sabe que raramente alguém fala comigo? Por vezes, sinto-me como se fosse invisível, como se não existisse… você entende? Então, continuando, o senhor Artur tratava-me bem. Conversávamos, e eu sempre o respeitei. Um dia deixei de o ver. À medida que o tempo decorria comecei a ficar preocupado. Tinha de saber o que se passava. E fiz a maior asneira da minha vida: rebentei com a porta da casa. Lá dentro estava o senhor Artur morto. Estava caído no chão. Tinha sido assassinado com recurso a asfixia para lhe roubarem a reforma. Tinha os dedos marcados no pescoço. As manchas eram de dedos longos. Chamei a polícia e fui logo indiciado como o autor do crime. Estive preso preventivamente, fui julgado e, embora fosse dado como inimputável, fui transferido para Lorvão onde cumpri cerca de 5 anos. O director gostava muito de mim e como me portei muito bem deixou-me sair em liberdade condicional por volta de 1995”.

Em 2006, a mãe – sua companheira – foi atropelada na avenida Fernão de Magalhães, passando desde então a viver sozinho até ao dia em que faleceu.

 

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