Romantismos como o de que Baldaque da Silva é que tinha razão (e muito provavelmente tinha) não resolvem o problema, antes nos deixam com o amargo de boca do que podia ter sido feito e como tantas outras coisas no passado não foi.
A mudança do porto comercial para a margem sul diminuiria o transito da entrada da cidade e da ponte e o consequente desgaste das vias e participaria no tão ansiado processo de descarbonização. Permitiria o regresso do porto de pesca para a margem norte e com ele a atracção turística em que se torna o bulício das operações de descarga do pescado. Uma terra piscatória merece voltar a sentir esse frenesim.
Não é uma obra de promessa eleitoral, é antes uma obra estruturante, senão a mais estruturante a fazer e cuja vontade não deve ficar na gaveta. Mas para além da vontade de mudar ou não, é preciso deixar cair o autismo político de não ouvir Todos os interessados, é preciso um pacto de regime que perdure no tempo e não mude consoante a vontade de quem ocupa a cadeira da presidência da câmara e, bem mais importante, é preciso que o governo, seja ele de que cor for, apoie a nossa decisão.
Insisto: seja qual for a decisão, ela será tão mais rapidamente executada se tivermos no órgão portuário alguém que se preocupe e goste verdadeiramente da nossa terra, caso contrário será como com as dragagens… ficaremos à mercê da vontade de quem, ainda, manda.