A nova ponte deveria ter duas faixas de rodagem?

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A terceira ponte sobre o Mondego é um manifesto de desperdício de dinheiros públicos e más práticas ambientais. É uma forma de corrupção, entendida como “adulteração das características originais de algo”, em que uma ponte orçada em 1,2 milhões passa para 3,4 milhões de Euros. Isto porque a Câmara da Figueira decidiu que a ponte deveria ser construída num outro local, entre Vila Verde e o Alqueidão com outro projeto. E para que servirá este aumento de custo? Segundo a Câmara para “o atravessamento de veículos de forma condicionada, contribuirá para melhorar a coesão do território e segurança”, uma justificação vazia de significado.
Estudo de tráfego automóvel? Critérios objetivos de decisão? Não há. Mas, as entidades de consulta obrigatória apontaram defeitos: maior risco de acidentes, elevados custos de manutenção (degradação do piso) e conflito entre a passagem de carros e o atual uso das vias de acesso, zona agrícola e de lazer. É óbvio que mais carros perturbam as zonas paisagísticas envolventes, campos de arroz e beira-rio.
Esta decisão passa ao lado da racionalidade económica. Os milhões de Euros desperdiçados permitiram construir 40 km de ciclovia, reforçando a mobilidade suave e qualidade de vida. Mas, os decisores locais e governamentais não interiorizam ainda que estamos em emergência climática, abrir pontes para carros é incentivar o seu uso e aumentar as emissões de CO2.

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