Opinião – A César o que é seu!

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A Serra da Boa Viagem devia ser tutelada pelo município?

Advogo que as decisões políticas e práticas sobre a nossa “vida” enquanto cidadãos sejam tomadas pelos poderes mais próximos. O que escrevi na semana passada vai neste sentido. A pergunta ora colocada, contudo, não terá resposta no mesmo “formato”, porque de coisa bem diferente se trata.
O nosso pulmão verde, a maravilhosa Serra da Boa Viagem, nunca deverá ser tutelada pelo Município. Esta mancha florestal é responsabilidade nacional e nacional tem de continuar a ser, devendo cumprir a autarquia um papel de relevo na persistente acção de alerta e chamando a atenção aquando das costumeiras “distracções”.
As recentes notícias conhecidas sobre decisões tomadas por “extensões” do Governo, nomeadamente sobre território da Região Centro, “arrepiaram-me”. Falo, muito concretamente, sobre o que aconteceu na Serra da Lousã, o abate de árvores sãs, um “corte raso”, conforme foi posto pelo partido Os Verdes na sua inquirição ao Governo.
Uma decisão crua, incompreensível, que poderá pôr em risco o habitat e a paisagem, integrada na Rede Natura 2000. E não foi um desbaste, como foi dito depois da denúncia da Associação Milvoz. Foi uma razia! A nós bastam-nos os sucessivos desastres que têm assolado a Boa Viagem: Primeiro os incêndios de 1993 e 2005, depois a desgraça do furação Leslie, há dois anos cumpridos ontem. Triste aniversário!
Tardam as acções de reflorestação da Serra atacada por infestantes em toda a linha. O insigne cidadão Manuel Alberto Rei certamente já teria agido! Em curtíssimo tempo procedeu à arborização da Serra. É obra sua o pulmão da Figueira e a delícia de que todos pudemos usufruir até à década de 90. Depois disso, várias foram as vicissitudes e pergunto-me porque se entrou neste marasmo de decisões e de acção.
A Serra não tem sido respeitada como merece, se houvesse maior celeridade a acudir-lhe, não estaria no estado em que agora se encontra. As pessoas queixam-se, lamentam, mas a sua voz não é ouvida. O Município tem de ser exigente junto do poder central e cuidar o que lhe pertence: os acessos, também eles sofrendo de incúria.

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