Concorda com a concessão da marina?
Diz o povo que quando o mal é grande vale vender tudo. “Vão-se os anéis, fiquem os dedos”. O sacrifício é sempre explicável pela necessidade premente. Alienam-se as jóias, mas fica intacto o dono. Ora, não é o que vem acontecendo. A passagem a terceiros de responsabilidades que deveriam ser camarárias não tem sido boa opção. E o dono das jóias sempre tem saído muito lesado com essas escolhas. Atente-se no que aconteceu com as águas. Ah, mas é uma concessão. Pois é e o desafio é encontrar as diferenças! Como naqueles passatempos dos jornais, fáceis de resolver. Mas aqui é difícil porque são insignificantes.
A Câmara paga praticamente o dobro à concessionária do que recebe pela concessão. Bom negócio! Para quem? E a entrega do antigo Matadouro? Um portento que levou a Câmara a até perder as suas escolas de formação! Bom negócio! Para quem?
A questão da Piscina Praia está para lavar e durar e quando se resolver será mais uma perda, até porque os prazos das concessões são tão alargados sempre que o futuro fica amarrado, atado de pés e mãos. Exemplos que deveriam abrir olhos. A estar-se atento, não alienado.
Agora fala-se da marina. A que prefiro chamar doca de recreio sem que tal lhe retire relevância. Porque a tem. E terá mais se dotada de estruturas muito necessárias como abastecimento de combustíveis e de água para as embarcações. Discordo radicalmente da concessão do espaço.
A Figueira e o seu concelho têm pretensões a destino turístico. Bem. Então têm de assumir as responsabilidades inerentes ao desiderato. E para além de turistas, pense-se nos naturais. Alguns têm pequenos barcos ancorados na doca. Como serão as condições de utilização se for concessionada? Os privados “não brincam em serviço” e o lucro imediato e o mais chorudo possível está sempre no seu horizonte. Aqui d’el Rei que está contra a iniciativa privada! Não, não é o caso. Estou é contra a Câmara Municipal alienar as suas jóias a torto e a direito.
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