Responder sim ou não a esta pergunta pressupõe que o debate político-partidário local alguma vez foi mais elevado, logo aceitamos como base da nossa reflexão uma postura ou saudosista-sebastianista (“antigamente é que era bom e portanto só vejo x para isto voltar aos eixos”) ou compreensiva-condescendente (“estamos a meses das eleições, é normal a utilização de uma linguagem eventualmente mais atrativa para chamar a atenção dos possíveis votantes”).
Por outro lado, ainda no caso de a resposta ser afirmativa, é legítimo perguntar há quantos anos tal começou a verificar-se: há 11, 12, 20 anos?!… E se respondermos que não, isso não preanunciará um desfasamento com a realidade, daí a recorrente lembrança de mais de metade dos cidadãos eleitores não exercer o seu direito e dever cívico do voto, no concelho da Figueira, há demasiados anos?
Num concelho como o nosso, os meios e os recursos materiais e humanos à disposição dos partidos (o do Poder e os da Oposição) para a realização do debate político-partidário são incomparavelmente distintos, logo uma parte significativa deste é veiculado ou pela Comunicação Social Local ou através das páginas dos partidos nas redes sociais.
Ora, deixando para outra análise considerações sobre os desafios que se colocam quer à Comunicação Social quer às redes sociais, é importante verificar que, cada vez mais, a qualidade do debate político-partidário local (felizmente?) não depende apenas dos emissores (os partidos), mas também dos mediadores (Comunicação Social, redes sociais,…) e mesmo dos recetores (cidadãos eleitores).
Assim, a resposta sobre a qualidade do debate político-partidário local passa a ser sobretudo acerca do nível de consciencialização da responsabilidade de cada um neste processo, não necessariamente tendo em conta um qualquer momento eleitoral, antes a urgente definição de um Desígnio para o nosso concelho. Como quero participar no início da construção da Figueira do século XXI? Quem responder está a contribuir para a elevação do debate político-partidário local.